Revisão da despesa é ineficaz. TdC fala em “falta de transparência”

A revisão da despesa, um instrumento de gestão das contas públicas portuguesas, ainda não se faz de forma eficaz, uma década depois de ter começado a ser implementada, conclui o Tribunal de Contas (TdC).

© Site Tribunal de Contas

Numa auditoria divulgada hoje, a entidade considera que “mais de uma década depois da primeira tentativa para implementar o processo da revisão da despesa em Portugal, este instrumento de apoio à gestão financeira pública ainda não alcançou um estado de maturidade que assegure a sua eficácia”.

A revisão de despesa tem o objetivo de “identificar poupanças decorrentes de melhorias na eficiência e oportunidades para reduzir ou redirecionar despesa pública não prioritária, ineficiente ou ineficaz” e é recomendada por várias instituições, como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a Comissão Europeia.

Entre 2013 e 2024, foram feitas três tentativas de implementar este instrumento em Portugal, sendo que a última está em curso, mas ainda não produziu “resultados efetivos”.

Entre os fatores para a falta de sucesso na implementação deste mecanismo nas anteriores tentativas (em 2013 e depois entre 2016 e 2023), o TdC destaca a “falta de institucionalização, reduzida transparência e insuficiente envolvimento político”.

Agora está em curso um novo esforço nesta área mas, para o organismo, “ainda subsistem riscos na capacidade de assegurar a transição para as etapas mais exigentes do processo: a implementação das ações de política, a monitorização dessa implementação e a avaliação ex-post do processo”.

O TdC deixa assim um conjunto de recomendações, nomeadamente para o Ministério das Finanças, para que assegure “a plena integração da revisão da despesa no ciclo orçamental de modo que produza resultados materiais nos próximos ciclos de preparação e elaboração das propostas do Orçamento do Estado para 2025 e anos seguintes”.

Nas respostas enviadas ao organismo em sede de contraditório, o Ministério das Finanças sinaliza que está “empenhado na boa condução do atual processo de revisão de despesa, sendo um dos fatores críticos de sucesso não só o pleno alinhamento com o ciclo do processo orçamental, mas também a integração do exercício no quadro orçamental de médio prazo”.

Últimas de Economia

O crescimento homólogo do Índice de Preços da Habitação (IPHab) acelerou para 9,8% no terceiro trimestre, mais 2,0 pontos percentuais do que no trimestre anterior, anunciou hoje o Instituto nacional de Estatística (INE).
O advogado da CMS Portugal Ricardo Pintão considera, em entrevista à Lusa, que as empresas portuguesas estão a preparar-se para o novo regime de cibersegurança e que a maior dificuldade será a sua "implementação prática".
Onze voos divergiram e sete foram cancelados hoje no aeroporto de Lisboa, segundo fonte sindical devido à greve dos trabalhadores da SPdH/Menzies (antiga Groundforce), embora a gestora aeroportuária ANA atribua as perturbações a constrangimentos no aeroporto da Madeira.
Os trabalhadores em prestação de serviços no Estado subiram 10% no final do primeiro semestre, face ao final do semestre anterior, para 18.718, o valor mais elevado desde, pelo menos, final de dezembro de 2011, segundo dados da DGAEP.
O valor mediano de avaliação bancária na habitação foi de 1.740 euros por metro quadrado (m2) em novembro, mais 13,7% em termos homólogos e mais 1,1% acima do valor de outubro, divulgou hoje o INE.
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego subiu 3,3% em novembro face a igual mês de 2023 e 3,2% face a outubro, para 322.548 pessoas, segundo os dados divulgados hoje pelo IEFP.
Os trabalhadores de filiais de empresas estrangeiras em Portugal ganharam em 2023, em média, mais 42,5% do que os das sociedades nacionais, recebendo 1.745 euros, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados.
Os trabalhadores da distribuição convocaram uma greve para os dias 24 e 31 de dezembro, em luta por aumentos salariais, anunciou o Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (Sitese).
“O Governo procura que os encargos para o Orçamento do Estado sejam o mais limitados possível, e se possível até sem qualquer impacto para os contribuintes, sendo o financiamento totalmente privado. Veremos o que o relatório da Vinci/ANA dirá sobre este aspeto”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento.
A Associação Lisbonense de Proprietários apresentou uma queixa formal na Provedoria de Justiça, acusando o Estado de bloquear o acesso dos senhorios à compensação por rendas antigas e de usar o valor tributário sem atualização para calcular o apoio.