ONU alerta para deterioração da segurança da central de Zaporijia

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) alertou hoje para a deterioração da segurança da central nuclear ucraniana de Zaporijia, sob ocupação russa desde 2022, na sequência da explosão de um ‘drone’ perto do complexo.

© Facebook da United Nations

A central, a maior do género na Europa, não tem reatores em funcionamento desde 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, dando início a uma guerra que vai no terceiro ano.

“As centrais nucleares são concebidas para resistir a falhas técnicas e humanas e a eventos externos, mesmo extremos, mas não são construídas para resistir a um ataque militar direto”, disse o diretor-geral da AIEA, o argentino Rafael Grossi.

Os inspetores da AIEA foram informados no sábado de uma explosão de um ‘drone’ perto dos tanques de pulverização de água de arrefecimento, a cerca de 100 metros da linha elétrica de Dniprovska, a única que ainda fornece energia à central.

Embora a detonação não tenha causado vítimas ou danos às infraestruturas de Zaporijia, afetou a estrada entre os dois portões principais da central, segundo a AIEA, citada pela agência espanhola EFE.

“Mais uma vez, estamos a assistir a uma escalada dos riscos de segurança nuclear na central de Zaporijia”, alertou Grossi num comunicado divulgado em Viena, sede da AIEA.

O chefe da agência da ONU para o nuclear apelou à “máxima contenção” de todas as partes.

Na semana passada, os inspetores da AIEA examinaram também um incêndio numa das torres de arrefecimento que danificou a central.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reafirmou a acusação à Rússia de “chantagear o mundo” com um desastre nuclear desde que assumiu o controlo da central Zaporijia.

“A Rússia está a chantagear o mundo com a ameaça de um desastre na central nuclear de Zaporijia, utilizando o território da instalação como plataforma para ataques contra Nikopol e outras comunidades próximas”, denunciou nas redes sociais.

Zelensky defendeu que só quando a Ucrânia conseguir retomar o controlo destas instalações é que as normas de segurança voltarão a ser cumpridas, como tem vindo a demonstrar nas últimas décadas.

“A presença criminosa da Rússia na central de Zaporijia deve terminar”, acrescentou.

Os inspetores da AIEA estão presentes igualmente nas centrais elétricas com reatores nucleares Sul da Ucrânia, Khmelnitsky, Rivne e Chernobyl, face aos “frequentes alarmes de ataques aéreos e de ‘drones’”.

Os últimos incidentes alimentam as tensões entre a Ucrânia e a Rússia, que se acusam mutuamente de ataques ou atos de sabotagem na central de Zaporijia.

Os reatores de Zaporijia foram encerrados em 2022 por razões de segurança, embora ainda precisem de ser arrefecidos de forma constante.

O diretor-geral da AIEA, que tem apelado repetidamente para a criação de um perímetro de segurança em torno da central, manifestou a intenção de avaliar de perto a situação numa nova visita ao complexo.

A Ucrânia tem quatro centrais nucleares em funcionamento, com um total de 15 reatores, seis dos quais na de Zaporijia.

O país registou o acidente mais grave de sempre numa central nuclear, a de Chernobyl, em 1986, quando integrava a União Soviética.

Chernobyl tem três reatores desativados e os destroços do que sofreu o acidente foram selados com um sarcófago.

Últimas do Mundo

A Apple e a Google estão a fechar um acordo que ajudará a colocar a Siri ao nível dos assistentes mais atuais, que são impulsionados por modelos de linguagem de grande dimensão (LLM, na sigla em inglês), de acordo com a Bloomberg, citada pela Europa Press.
O ano de 2025 será dos mais quentes de sempre e a temperatura média até agosto foi cerca de 1,42ºC acima dos níveis pré-industriais, disse hoje em Belém, Brasil, a secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Milhares de voos poderão ser cancelados a partir de sexta-feira nos Estados Unidos devido ao impasse orçamental que dura há 37 dias, e é já o mais longo de sempre na história do país.
O presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d'Andrade, destacou hoje o "crescimento incrível da procura" de eletricidade que a empresa está a observar em vários mercados, impulsionado pela eletrificação do consumo e pela construção de grandes centros de dados.
A polémica explode poucos dias antes da abertura da primeira loja física da gigante asiática Shein em Paris. Bonecas sexuais com aparência de crianças, com cerca de 80 centímetros e representadas a segurar peluches, colocaram a marca sob fogo cerrado.
Pelo menos dez pessoas ficaram feridas, quatro em estado grave, após um condutor atropelar deliberadamente peões em vários locais de Île d’Oleron, no oeste da França, antes de ser detido, declarou hoje o Ministério Público local.
A Comissão Europeia quer a União Europeia (UE) ligada por linhas ferroviárias de alta velocidade até 2040, incluindo a ligação entre Lisboa e Madrid, e criar um único bilhete intermodal para combinar diferentes empresas e modos de transporte.
Cerca de 120 mil pessoas permanecem abrigadas em centros de evacuação ou com familiares em Cuba, após a passagem do furacão Melissa pela costa leste da ilha, na quarta-feira passada, segundo dados preliminares.
Um britânico de 32 anos foi esta segunda-feira, 3 de novembro, acusado por tentativa de homicídio durante um ataque num comboio no sábado que resultou em 11 feridos, um dos quais continua em estado grave, anunciou a polícia.
A rede social LinkedIn começou esta segunda-feira a usar dados dos utilizadores para treinar o seu modelo de inteligência artificial (IA), mas existem medidas para impedir essa recolha, incluindo um formulário e a desativação nas definições de privacidade da plataforma.