“Colégio Eleitoral – o estado do ensino português”

Embora o conceito de “colégio eleitoral” se refira a outra definição, em Portugal, todo o estabelecimento de ensino tornou-se eleitoral. O que falta em recursos humanos não falta em doutrinação. As escolas já não são locais de formação profissional, mas de formação ideológica. É aceitável que um aluno chegue ao 12º ano sem saber a tabuada, mas não é compreensível que não esteja ciente do “patriarcado”, dos mais de 52 géneros, do racismo estrutural e climático, e claro, dos procedimentos que deve ter sexualmente.

Em primeiro lugar, as escolas tornaram-se num epicentro de promiscuidade. De shows de drag queens em escolas secundárias frequentadas por menores à banalização de relações sexuais entre crianças abaixo da idade de consentimento, vê-se de tudo. Se um parente acredita que ao deixar o seu filho na escola ele está protegido de predadores, desengane-se.

Agravando mais a situação, vem a introdução de conceitos estrangeiros inconcebíveis como o “pronome neutro”. Para quem desconhece a gramática, o pronome neutro em português é o masculino, e não tem a ver com sexismo, mas com a evolução natural do latim para o português onde os dois se fundiram. E em todas as línguas que conhecemos com pronome neutro (inglês, francês…) ele é utilizado para se referir a coisas, jamais a pessoas. Por isso, os encarregados de educação pensam que as crianças vão para a escola para aprender, e saem de lá a saber ainda menos. Esta concepção de controlo linguístico parece inspirada na obra 1984 de George Orwell, onde o idioma é alterado com os fins ideológicos de impor pensamentos. E para quem acha que isso é raro, não se deixe enganar, até órgãos institucionais (principalmente universitários) já cederam a esta prática “inclusiva” – afinal é mais fácil e barato do que realmente tornar os estabelecimentos inclusivos aumentando acessibilidades para pessoas com dificuldades motoras ou visuais.

A disciplina de cidadania, por sua vez, que substituiu a formação cívica, é uma fábrica de wokes. Ao ouvir a sua descrição e nome, pensa-se que serão abordados temas como impostos, deveres e direitos. Já vos garanto que não se fala em nada disso. No máximo aborda-se a falta de direitos das mulheres e minorias, por causa do patriarcado (que afirmam ainda existir) e do racismo estrutural (que afirmam estar presente em todos os homens brancos). Chegam até a misturar temas, como “racismo climático”, que parece tudo menos científico e útil para a sociedade. Mas os temas principais são, principalmente, de foro sexual: sexismo, “direitos reprodutivos”, contraceptivos… Tudo isto para menores de 14 anos, ou seja, abaixo dos limites legais para consentir a práticas sexuais. A utilidade desta disciplina é questionável e o que é leccionado nela é absurdo.

Por fim, a censura. Projetos que não se encaixam nas diretrizes políticas dos estabelecimentos são boicotados. Inclusive chegam a proibir ações de determinados partidos enquanto convidam deputados de outros. Enquanto alguns alunos ostracizam e perseguem quem pensa diferente deles, as instituições de ensino fazem vista grossa. Resumidamente, quem não for convertido às ideologias woke, será silenciado.

Para voltar a trazer a liberdade de pensamento aos estabelecimentos de ensino, precisamos todos (encarregados de educação, estudantes, professores, funcionários…) de ser ativos e unidos no combate ideológico que neles ocorre. Não podemos temer as consequências de ações injustas que se podem impor sobre nós, caso contrário, seremos eternamente reprimidos, e rapidamente isto vai passar de ser um problema somente das escolas para ser uma repressão ativa na sociedade, como já está a acontecer.

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