Jornalistas afegãos acusam talibãs de impor restrições graves aos ‘media’

O Centro de Jornalistas do Afeganistão (AFJC, na sigla em inglês) acusou hoje o governo dos talibãs de ter imposto restrições graves aos meios de comunicação social no país através de decisões extralegais.

© LUSA

No último ano, “pelo menos 12 estações de televisão em todo o país foram encerradas”, disse o AFJC num comunicado citado pela agência espanhola EFE.

O centro disse que o encerramento das televisões foi decretado “diretamente pelos talibãs” ou resultou de “regras cada vez mais rigorosas que regem as operações dos meios de comunicação social”.

O AFJC referiu que o governo dos talibãs emitiu, nos últimos três anos, pelo menos 21 diretivas em conjugação com a Lei dos Meios de Comunicação Social.

Sete das diretivas incidem sobre o trabalho televisivo ou restringem a liberdade dos meios de comunicação visuais, enquanto as restantes se aplicam a todos os meios de comunicação em geral.

Algumas das medidas incidem sobre as mulheres, que estão proibidas de trabalhar na televisão nacional e de participar em programas televisivos, além de as jornalistas serem obrigadas a cobrir o rosto, denunciou o AFJC.

Os talibãs proibiram também a transmissão de filmes e séries, as filmagens e as entrevistas em vídeo, a transmissão de programas internacionais, os debates televisivos em direto e o convite de peritos não aprovados pelo governo.

Em 2023, pelo menos 30 jornalistas e profissionais da comunicação social foram detidos, sete dos quais ainda se encontram na prisão.

As ordens dos talibãs proíbem determinadas ações dos meios de comunicação social e dos jornalistas, mas não especificam as consequências da violação, segundo o Centro de Jornalistas do Afeganistão.

O AFJC disse ainda que os trabalhadores dos meios de comunicação social, incluindo os jornalistas, que ignoraram as ordens foram ameaçados ou presos, e os meios de comunicação social foram alvo de ações punitivas, incluindo o encerramento.

Mais de metade dos 547 meios de comunicação social que operavam no Afeganistão desapareceram desde que os fundamentalistas chegaram ao poder em agosto de 2021, o que levou muitos jornalistas a abandonar o país.

O país asiático, já considerado um dos mais perigosos do mundo para os jornalistas, figura em 178.º lugar entre 180 países no mais recente índice de liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Segundo o Fórum Global para o Desenvolvimento dos ‘Media’, com sede em Bruxelas, o AFJC “é um organismo independente, não-governamental e não partidário que opera em todo o Afeganistão ao abrigo da Lei dos Meios de Comunicação Social do país”.

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