Ex-ministro Gantz acusa Netanyahu de obstruir libertação aos reféns pelo Hamas

O ex-ministro israelita e líder da oposição do partido Unidade Nacional, Benny Gantz, acusou hoje o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de obstruir a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas há mais de um ano.

© Facebook de Benjamin Gantz

Segundo avança a agência de notícias espanhol EFE, Benjamin Netanyahu respondeu apelando para que o ex-ministro israelita não interferisse.

“Enquanto os negociadores estão a trabalhar, Netanyahu está mais uma vez a sabotar o processo. Netanyahu não tem mandato para voltar a impedir o regresso dos nossos reféns por razões políticas”, afirmou Gantz.

Gantz sublinhou que a libertação dos reféns “é a coisa certa a fazer do ponto de vista humano e também do ponto de vista da segurança nacional”, e criticou as declarações de Netanyahu, numa entrevista concedida no sábado ao jornal norte-americano The Wall Street Journal, em que este reiterou que não permitiria que a guerra terminasse antes de destituir o Hamas.

“Não aceitarei acabar com a guerra antes de destituirmos o Hamas”, declarou Netanyahu, referindo-se a uma exigência inabalável do grupo palestiniano, que apela a um “fim global” do conflito para se chegar a um acordo.

Gantz considerou que Israel se encontra num momento “sensível” e que, apesar disso, “Netanyahu vai mais uma vez aos meios de comunicação estrangeiros e fala e fala”, o que considera ter um efeito negativo nas negociações indiretas em Doha.

Em resposta a Gantz, Netanyahu afirmou hoje, em comunicado, que o político já apelava ao “fim da guerra mesmo antes de entrar em Rafah” e que não será ele a “pregar a Netanyahu a necessidade de eliminar o Hamas e a missão sagrada de devolver os nossos reféns”.

“Não é por acaso que, desde que Gantz deixou o governo por razões políticas, o primeiro-ministro desferiu um golpe fatal no Hamas, esmagou o Hezbollah e atuou diretamente contra o Irão, ações que levaram à queda do regime de Assad na Síria. Aqueles que não são úteis nos esforços nacionais, que pelo menos não causem danos”, lê-se no comunicado citado pela EFE.

Uma fonte palestiniana familiarizada com as conversações disse hoje à EFE que as negociações continuam e que o grupo palestiniano apresentou uma lista de nomes de prisioneiros cuja libertação exige como parte de uma troca de reféns.

De acordo com a fonte, “os pontos de discórdia são principalmente a insistência do Hamas em incluir explicitamente a frase “fim da guerra” no final da terceira fase do acordo, enquanto o lado israelita tem rejeitado essa fórmula, propondo a frase “fim da operação militar”.

Ao mesmo tempo, Israel apresentou o nome dos 34 detidos que exige que sejam libertados na primeira fase, incluindo 11 nomes de soldados para os quais o Hamas aparentemente exigiu uma indemnização adicional em troca da sua libertação.

A fonte indicou também que a primeira fase do acordo inclui a libertação de 250 prisioneiros palestinianos, o que não inclui o histórico líder político palestiniano, Marwan Barghouti.

Últimas do Mundo

Cada vez mais portugueses procuram a Arábia Saudita, onde a comunidade ainda é pequena, mas que está a crescer cerca de 25% todos os anos, disse à Lusa o embaixador português em Riade.
O Papa rezou hoje no local onde ocorreu a explosão no porto de Beirute em 2020, que se tornou um símbolo da disfunção e da impunidade no Líbano, no último dia da sua primeira viagem ao estrangeiro.
Pelo menos 30 pessoas foram sequestradas em três ataques por homens armados durante o fim de semana no norte da Nigéria, aumentando para mais de 400 os nigerianos sequestrados em quinze dias, foi hoje anunciado.
Pelo menos quatro pessoas morreram baleadas em Stockton, no estado da Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, anunciou a polícia, que deu conta ainda de dez feridos.
O estudante que lançou uma petição a exigir responsabilização política, após o incêndio que matou 128 pessoas em Hong Kong, foi detido por suspeita de "incitação à sedição", noticiou hoje a imprensa local.
O alto comissário das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou hoje que “pelo menos 18 pessoas” foram detidas no golpe de Estado de quarta-feira na Guiné-Bissau e pediu que se respeitem os direitos humanos.
O Tribunal Penal Internacional (TPI), confirmou, na sexta-feira, que continua a investigar crimes contra a humanidade na Venezuela, depois de em setembro o procurador-chefe Karim Khan se ter afastado por alegado conflito de interesses.
Um "ataque terrorista" russo com drones na capital da Ucrânia causou hoje pelo menos um morto e sete feridos, além de danos materiais significativos, anunciaram as autoridades de Kiev.
O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denunciou hoje que um grupo de homens armados e encapuçados invadiu a sua sede, em Bissau, agredindo dirigentes e colaboradores presentes no local.
A agência de combate à corrupção de Hong Kong divulgou hoje a detenção de oito pessoas ligadas às obras de renovação do complexo residencial que ficou destruído esta semana por um incêndio que provocou pelo menos 128 mortos.