Multidão despede-se do bombeiro de Odemira que morreu após acidente

O funeral do bombeiro da corporação de Odemira, no distrito de Beja, que morreu no despiste de um veículo de combate a incêndios juntou hoje centenas de pessoas e contou com a presença do Presidente da República.

NUNO VEIGA/LUSA

Além do chefe de Estado, participaram nas cerimónias fúnebres a ministra da Administração Interna, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LPB), autarcas e deputados, entre outros.

As cerimónias fúnebres do bombeiro Dinis Conceição, no Salão Nobre dos Bombeiros de Odemira, onde decorreu também o velório, iniciaram-se com uma missa presidida pelo cardeal Américo Aguiar, capelão da LBP.

No final, a urna transportada por bombeiros passou por uma guarda de honra formada por outros operacionais e foi colocada na parte de cima de um veículo da corporação, que a transportou até ao cemitério de Boavista dos Pinheiros, a cerca de meia dúzia de quilómetros.

Durante o percurso entre o quartel e Boavista dos Pinheiros, onde residia o bombeiro falecido, muitas pessoas quiseram despedir-se de Dinis Conceição.

Já na entrada do cemitério, os bombeiros da corporação alentejana formaram outra guarda de honra para a passagem da urna.

Questionado pelos jornalistas à saída, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi parco em palavras: “Ontem [sábado] visitei o Mário e vou, agora, visitar o Bruno”, disse, referindo-se aos bombeiros feridos ainda internados.

“A vida continua. São uns heróis”, limitou-se a acrescentar.

Entretanto, numa nota publicada no seu ‘site’, a Presidência da República revelou que Marcelo Rebelo de Sousa tinha seguido para o Hospital de Portimão, no vizinho distrito de Faro, para visitar o bombeiro que ali se encontra a receber tratamento, na sequência do acidente.

Antes, já no exterior do cemitério, o chefe de Estado e a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, encontraram-se com os dois bombeiros feridos no acidente que já tiveram alta hospitalar, dando-lhes palavras de incentivo.

E, pouco depois, Marcelo, com a ministra ao seu lado, fez o mesmo, quando o comandante dos Bombeiros de Odemira, Luís Oliveira, juntou os elementos da corporação.

“Estamos aqui para transmitir a gratidão de Portugal, em primeira linha para o Dinis, mas é também para todos vocês”, afirmou.

Entre outras considerações, o Presidente da República disse aos operacionais que “a grande lição” que a equipa deve retirar “é que vale a pena a escolha que fizeram” para a sua vida, a de “servir os outros”.

“Vocês estão do lado heroico da vida. Têm que ter essa ideia todos os dias”, acrescentou.

O despiste do veículo desta corporação alentejana aconteceu na quarta-feira à noite, na estrada municipal que liga Boavista dos Pinheiros a Saboia, em Odemira, deixando cinco bombeiros feridos, entre os 37 e os 43 anos, dos quais quatro graves e um ligeiro.

O bombeiro Dinis Conceição, de 38 anos, tinha sido helitransportado para o Hospital de São José, em Lisboa, mas acabou por morrer na sexta-feira. Era bombeiro profissional na corporação e pertencia a uma equipa de intervenção permanente (EIP), composta por cinco elementos.

Dois bombeiros continuam internados, um no Hospital de Portimão e o outro no de Santa Maria, em Lisboa, enquanto os outros dois já tiveram alta hospitalar.

A equipa foi chamada a intervir “numa queimada autorizada” em Saboia, a qual “se descontrolou”, e os operacionais regressavam a casa quando o veículo se despistou, segundo o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Odemira, António Camilo.

A Inspeção dos Serviços de Emergência e Proteção Civil abriu um inquérito ao acidente de viação, logo no próprio dia do sinistro, disse à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), explicando tratar-se de um procedimento realizado sempre que existe um acidente envolvendo um veículo dos bombeiros.

Últimas do País

Vinte pessoas foram detidas esta madrugada em operações de fiscalização rodoviária nos concelhos de Lisboa, Amadora e Sintra, a maior parte delas por condução sob influência do álcool, anunciou o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (COMETLIS).
A sardinha portuguesa foi reconhecida com o selo azul MSC, que distingue as pescarias com melhores práticas internacionais, anunciou hoje o Ministério da Agricultura e do Mar, que sublinha a oportunidade de abertura a novos mercados com a certificação.
Cerca de 30.000 comprimidos, cápsulas e outras apresentações individuais de medicamentos ilegais foram apreendidos em Portugal na operação Pangea XVII, que decorreu em 90 países, e os fármacos para a disfunção erétil continuam no topo da lista.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) e o município da Batalha assinaram hoje um protocolo para a instalação de 23 câmaras de videovigilância naquele concelho do distrito de Leiria, sendo o próximo passo a autorização da tutela.
O Sindicato Independente dos Médicos alertou hoje para as falhas no acesso às urgências obstétricas na região de Lisboa e pediu medidas que evitem percursos prolongados ou tempos de espera "incompatíveis com a segurança clínica das utentes.
O procurador-geral do estado do Rio de Janeiro afirmou hoje à Lusa que a organização criminosa Comando Vermelho (CV) já se estabeleceu em Portugal, ainda que num estado embrionário.
Pelo menos 12 voos foram cancelados hoje no Aeroporto Internacional da Madeira, entre chegadas e partidas, e um divergiu devido ao vento forte na zona leste da ilha, situação que está condicionar a operação já desde segunda-feira.
A proposta do Governo que reduz as taxas do IRS este ano em 500 milhões de euros foi hoje aprovada no parlamento com os votos a favor do PSD, CDS-PP, CHEGA, IL, PAN e JPP, e a abstenção do PS.
O bastonário da Ordem dos Médicos classificou hoje a morte do bebé de uma grávida que teve dificuldades em obter assistência hospitalar como “mais um caso trágico” que reflete “uma grande desorganização” no SNS.
O Procurador-Geral da República disse hoje que as suas declarações foram mal interpretadas, que nunca disse que José Sócrates tinha de provar a sua inocência, mas sim que o julgamento é o local próprio para a prova de inocência.