Opositor Urrutia diz que deve ser novo comandante-chefe do exército

O candidato da oposição Edmundo González Urrutia, que reclama a vitória nas presidenciais da Venezuela, disse que deveria “assumir o papel de comandante em chefe” das forças armadas na sexta-feira.

© Facebook Maria Corina Machado

“De acordo com a constituição (…) devo assumir o papel de comandante-chefe” do exército em 10 de janeiro, dia em que Nicolás Maduro deverá tomar posse como Presidente, declarou no domingo o antigo embaixador de 75 anos.

As forças armadas são consideradas um pilar do poder de Maduro. Os líderes militares juraram repetidamente lealdade ao socialista, cuja reeleição foi considerada uma fraude por vários países e organizações venezuelanas e estrangeiras.

O exército participou activamente na repressão das manifestações que se seguiram à proclamação por parte do Conselho Nacional Eleitoral da vitória de Maduro nas presidenciais de 28 de julho.

“A nossa força armada nacional é chamada a ser garante da soberania e do respeito pela vontade do povo. É nosso dever agir com honra, mérito e consciência”, disse Urrutia.

“É preciso acabar com uma liderança que distorceu os princípios fundamentais e morais das nossas forças armadas”, disse o opositor, atualmente exilado em Espanha.

“Este é o momento de reafirmar o nosso compromisso com a pátria. A nossa missão é restaurar a soberania popular que se manifestou através do voto”, afirmou Urrutia nos Estados Unidos, terceira escala de uma digressão diplomática que já passou pela Argentina e Uruguai.

O Presidente cessante dos EUA, Joe Biden, vai receber hoje Urrutia, disseram fontes do Governo norte-americano, não identificadas, citadas pelas agências de notícias France-Presse e EFE.

O apelo de Urrutia surgiu poucas horas depois de a líder da oposição Maria Corina Machado ter apelado a uma manifestação na quinta-feira, um dia antes da cerimónia de tomada de posse de Maduro.

“Este é o sinal. Este é o dia. O dia em que unimos a nossa bandeira num único grito de liberdade. A Venezuela precisa de vós. Todos nós juntos. Todos nós. Eu vou convosco. Este 09 de janeiro: todos nas ruas, na Venezuela e no mundo. Glória ao povo valente”, instou Corina Machado, na rede social X.

As forças armadas da Venezuela anunciaram um plano de segurança, através do qual serão destacados mais de 1.200 militares, para a tomada de posse de Maduro.

Também no domingo, Urrutia garantiu que não tem restrições para regressar à Venezuela e que não revelará “nem o dia nem a forma” como regressará ao país.

No sábado, o presidente do parlamento da Venezuela anunciou que pedirá a “detenção imediata” de Urrutia, caso o opositor pise território venezuelano.

“Cada deputado que defende a paz solicitará, no caso de pisar um palmo de terreno da República Bolivariana da Venezuela, a prisão imediata por violação da Lei Orgânica Libertadora Simón Bolívar, por usurpação de funções, por traição, por branqueamento de capitais”, disse Jorge Rodríguez.

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