Daniel Ferro foi, na terça-feira, chamado à CPI ao caso das bebés tratadas com o medicamento Zolgensma na qualidade de antigo presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e disse que tiveram de “pagar quatro milhões de euros” que não tinham “previsto” nas suas “necessidades”, após “grandes transtornos na tesouraria”, ocorridos “em agosto.”
“Efetivamente, o hospital não estava preparado para dar execução a uma situação com esta dimensão, porque já o que tinha ocorrido em agosto tinha causado grandes transtornos na tesouraria do hospital, porque passados 60 dias tivemos de pagar quatro milhões de euros, que no fundo, não tínhamos previsto nas nossas necessidades e isso foi um estrangulamento da gestão financeira durante o exercício de 2019, perspetivando-se ali não um, nem dois, mas mais tratamentos do que isto, então isto seria o caos de tesouraria, já para não dizer o caos orçamental. Quatro ou cinco pedidos destes normalmente implicaram verbas que a instituição não tinha possibilidade de aportar”, declarou.
Daniel Ferro revelou também que teve “informação de acompanhamento de que teria havido um pedido, um email, relativamente a uma consulta para umas crianças que provavelmente iriam desencadear um tratamento”.
O ex-presidente do CA do Santa Maria fez ainda sobressair que expressou “alguma preocupação, até porque ‘isto’ vinha acompanhada de informação que não incluía apenas estas crianças, mas várias outras crianças noutros países.”