ONU apela ao regime talibã para permitir o ensino às mulheres do Afeganistão

A missão da ONU no Afeganistão (UNAMA) apelou hoje ao regime talibã para que ponha imediatamente termo à medida que proíbe o acesso ao ensino de milhões de raparigas afegãs e lhes permita regressar à escola.

© Facebook da United Nations

O apelo da ONU foi divulgado através de comunicado por ocasião do Dia Internacional da Educação.

“É uma vergonha e uma tragédia que milhões de raparigas afegãs tenham sido privadas do direito à educação (…). As autoridades ‘de facto’ [talibã] devem pôr imediatamente termo a esta proibição e permitir que todas as raparigas afegãs regressem à escola”, declarou a representante do secretário-geral da ONU no Afeganistão, Roza Otunbayeva.

A responsável da ONU recordou que nenhum país alguma vez prosperou deixando metade da população “para trás”.

A missão da ONU em Cabul afirmou ainda que o Afeganistão, governado desde agosto de 2021 pelos talibãs, é o único país do mundo que proíbe explicitamente o acesso das mulheres e das raparigas a todos os níveis do ensino.

A medida que proíbe o acesso à educação às mulheres está em vigor há quase quatro anos no Afeganistão.

Recentemente, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do governo “de facto” do Afeganistão, Mohammad Abbas Stanekzai, apelou, num evento oficial, ao fim da proibição talibã da educação das mulheres, fazendo uma crítica pública pouco habitual no regime de Cabul.

“Estamos a ser injustos com 20 milhões de pessoas do nosso povo (…). Não há herança, não têm direito a escolher um marido, são abandonadas em disputas tribais, não podem estudar, frequentar mesquitas ou aceder a escolas e universidades”, disse o vice-ministro talibã no sábado passado.

No regime talibã, existem fações com pontos de vista contraditórios sobre uma série de questões, sendo o veto à educação das mulheres um dos principais pontos de discórdia.

Os partidários do Mullah Haibatullah Akhundzada defendem uma aplicação estrita da lei islâmica, enquanto um grupo próximo da rede Haqqani defende uma abordagem mais pragmática para melhorar as relações internacionais.

 Este veto vem juntar-se a outras restrições impostas às mulheres afegãs, como o uso obrigatório da burca (indumentária imposta às mulheres), a segregação de géneros e a necessidade de um acompanhante masculino para viagens longas.

Últimas do Mundo

O antigo primeiro-ministro malaio Najib Razak foi hoje condenado a 15 anos de prisão por corrupção no fundo de investimento estatal 1Malaysia Development Berhad (1MDB).
A Comissão Europeia aprovou o pedido do Governo português para reprogramar os fundos europeus do PT2030, bem como dos programas operacionais regionais do atual quadro comunitário de apoio.
A autoridade da concorrência italiana aplicou esta terça-feira uma multa de 255,8 milhões de euros à companhia aérea de baixo custo irlandesa Ryanair por abuso de posição dominante, considerando que impediu a compra de voos pelas agências de viagens.
A Amazon anunciou ter bloqueado mais de 1.800 candidaturas suspeitas de estarem ligadas à Coreia do Norte, quando crescem acusações de que Pyongyang utiliza profissionais de informática para contornar sanções e financiar o programa de armamento.
Os presumíveis autores do ataque terrorista de 14 de dezembro em Sydney lançaram explosivos que não chegaram a detonar durante o ataque na praia de Bondi, onde morreram 16 pessoas, incluindo um dos agressores, segundo documentos revelados hoje.
Milhares de pessoas traficadas para centros de burlas no Sudeste Asiático sofrem tortura e são forçados a enganar outras em todo o mundo, numa indústria multimilionária de escravidão moderna. À Lusa, sobreviventes e associações testemunharam a violência.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) alertou para o aumento das infeções sexualmente transmissíveis entre jovens, particularmente a gonorreia, e defendeu que a educação sobre esta matéria em contexto escolar é crucial.
A Polícia Judiciária (PJ) está a colaborar com a investigação norte-americana ao homicídio do físico português Nuno Loureiro, estando em contacto com as autoridades e “a prestar todo o suporte necessário às investigações em curso”.
Uma celebração judaica transformou-se num cenário de terror na praia de Bondi, em Sydney. Pai e filho abriram fogo sobre centenas de pessoas, provocando pelo menos 15 mortos e mais de 40 feridos.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou hoje que uma em cada dez crianças no mundo vai precisar de ajuda no próximo ano, com o Sudão e Gaza a registarem as piores emergências infantis.