Confragi pede reconhecimento da doença do fogo bacteriano como catástrofe

A Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) pediu hoje ao Governo para reconhecer a doença do fogo bacteriano como catástrofe natural, alertando para os efeitos na produção de pera rocha.

©D.R.

Em comunicado hoje divulgado e dirigido ao Ministério da Agricultura, a Confragi refere que a doença do fogo bacteriano já provocou “o desaparecimento de perto de um milhar de hectares” de pomares de pera rocha.

A doença do fogo bacteriano é provocada pela bactéria ‘Erwinia amylovora’ e, sem tratamentos eficazes, a redução da propagação da doença tem sido feita através da remoção e destruição por queima, com corte efetuado a pelo menos 50 centímetros abaixo das zonas afetadas ou com o arranque e destruição das árvores com sintomas no tronco.

Ainda assim, lamenta a Confragi, estas soluções têm levado também à redução do potencial produtivo dos pomares, bem como ao seu desaparecimento, “quando a sua existência deixa de ser economicamente viável”.

Além de pedir o reconhecimento da doença como catástrofe natural, a Confragi defende ainda a abertura, com urgência, de candidaturas à operação de restabelecimento do potencial produtivo para os produtores com pomares afetados pela doença.

A confederação de cooperativas pediu ainda a abertura de um aviso para a plantação e modernização de pera rocha.

No entender da Confragi, “é imprescindível o restabelecimento do potencial produtivo do pomar de pera rocha, não só através do apoio a replantações com árvores certificadas e isentas da doença, mas também da reavaliação de intervenções sanitárias para remoção das partes infetadas”.

Já os apoios para estratégias de proteção das árvores ainda sem sintomas são defendidos para que se evite o desaparecimento de uma variedade de pera “com denominação de origem protegida (DOP) que é única no mundo”.

De acordo com o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (Iniav), num boletim de 2024, o número crescente de focos observados desde as primeiras deteções, no início do século XXI, resultou de “várias introduções de matérias infetadas”, levando “ao estabelecimento da doença nas principais áreas de produção de pereira e macieira em Portugal”.

O fogo bacteriano tem este nome devido aos sintomas nas plantas doentes, “com gomos e raminhos que mostram manchas de cor castanha a negra, lembrando um aspeto de queima”.

“Os raminhos necrosados mantêm-se aderentes à planta, adquirindo uma posição arqueada em forma de bordão. Os frutos imaturos podem apresentar necroses da mesma cor, maiores ou menores ou com queima total das flores ou dos frutos, que permanecem mumificados e aderentes ao raminho”, explica o Iniav.

Já as folhas apresentam manchas de cor castanha a negra nas margens, enquanto nos troncos são desenvolvidas lesões “de cor avermelhada na zona subepidérmica e ao nível do lenho”.

“Estas lesões podem circundar o ramo, que acaba por morrer. Nos ramos e troncos desenvolvem-se ainda cancros em depressão e/ou enrolamento da epiderme (cancros papiráceos) que podem ser confundidos com a presença de outras doenças”, acrescenta o instituto, que diz que os cancros dos ramos são a principal fonte de contágio para infeções secundárias.

A bactéria entra na planta através dos gomos e de aberturas naturais, sendo transportada por chuva, insetos e ou pelo vento. A dispersão pode ainda ocorrer pela ação de insetos polinizadores e ou de operações mal conduzidas.

Últimas de Economia

O Conselho da União Europeia (UE) aprovou hoje o acordo de pescas com o Canadá que duplica para 495 toneladas a quota de bacalhau de Portugal numa divisão da NAFO, reaberta em 2024 após 32 anos de encerramento.
Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) devem hoje dar aval a que Portugal invista mais em defesa sem correr o risco de ter procedimento por défice excessivo, aprovando a ativação da cláusula de escape nacional.
A Euribor desceu hoje em todos os prazos em relação a sexta-feira, e a seis meses recuou para um novo mínimo desde 13 de outubro de 2022.
O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump ameaçou impor uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que se alinhe com as políticas do bloco BRICS, que descreveu como sendo contra Washington.
Os preços homólogos das habitações aumentaram, no primeiro trimestre, 5,4% na área do euro e 5,7% na União Europeia (UE), com Portugal a apresentar o maior aumento (16,3%) entre os Estados-membros, divulga hoje o Eurostat.
Os clientes dos bancos estão a celebrar com maior frequência empréstimos à habitação com taxas de juro mistas, tipologia que abrangeu mais de 80% do total de novos contratos em 2024, segundo o Banco de Portugal.
Os sindicatos que representam os trabalhadores da Altice disseram hoje que as rescisões na empresa já abrangeram cerca de 200 pessoas, segundo um comunicado hoje divulgado.
As transferências de clientes com contas bancárias em Portugal para instituições financeiras localizadas em paraísos fiscais aumentaram em 2024 para cerca de 8.000 milhões de euros, segundo dados publicados no Portal das Finanças.
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) registou em 2024 um défice de cerca de 1.377 milhões de euros, representando uma deterioração de 741 milhões relativamente a 2023, anunciou hoje o Conselho das Finanças Públicas (CFP).
O reembolso do IRS totalizou 1.377,4 milhões de euros até maio, abaixo dos 2.020,6 milhões de euros reportados no mesmo período do ano passado, indicou a síntese de execução orçamental.