Forças de Kyiv mais debilitadas por perda de soldados do que Rússia

A Ucrânia sofreu uma redução mais acentuada de soldados do que a Rússia em 2024, que tem beneficiado do apoio da Coreia do Norte e do Irão, afirma o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS).

© Facebook de Volodymyr Zelensky

Na edição de 2025 do Balanço Militar, que o centro de estudos britânico produz anualmente, o IISS indica Kyiv está a combater com muitas unidades terrestres debilitadas devido à falta de efetivos.

“Os dados sugerem que a Ucrânia, que tem geralmente mantido os seus números de baixas em segredo, sofreu uma grave perda de pessoal e enfrenta desafios na gestão das forças” armadas, refere em comunicado.

Já a Rússia, que também perdeu um número elevado de soldados e equipamento, tem usufruído das reservas de material do tempo da Guerra Fria, do envio de 10 mil militares por parte Coreia do Norte e da produção de drones e mísseis pelo Irão.

O IISS estima que a Rússia perdeu mais 1.400 tanques em 2024, o que deixa a infantaria vulnerável a mais baixas, mesmo se reduzir a intensidade da ofensiva, e que a capacidade da frota do Mar Negro parece limitada.

No entanto, salienta, os ataques com ‘bombas planadoras’ de baixo custo lançadas fora do alcance das defesas ucranianas continuam a ameaçar a Ucrânia.

Embora Kyiv tenha recebido equipamento militar mais avançado, este chega em volume abaixo do desejado e com regras rígidas de utilização determinadas pelos aliados ocidentais.

O Balanço Militar indica que Moscovo tem reservas maiores de projéteis, usando vários tipos de mísseis, drones e outros aparelhos como distração para confundir e sobrecarregar as defesas aéreas e fazer as forças ucranianas gastarem munições.

Segundo o IISS, embora a União Europeia tenha falhado a entrega de um milhão de munições de artilharia à Ucrânia até à primavera de 2024, a capacidade de produção aumentou e a UE deverá ser capaz de produzir dois milhões de projéteis por ano até ao final de 2025.

O IISS produz anualmente o Balanço Militar, que faz uma avaliação das capacidades militares e da economia da defesa a nível mundial e inclui dados atualizados sobre estruturas militares, inventários de equipamento e orçamentos de mais de 170 países.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Últimas do Mundo

Cada vez mais portugueses procuram a Arábia Saudita, onde a comunidade ainda é pequena, mas que está a crescer cerca de 25% todos os anos, disse à Lusa o embaixador português em Riade.
O Papa rezou hoje no local onde ocorreu a explosão no porto de Beirute em 2020, que se tornou um símbolo da disfunção e da impunidade no Líbano, no último dia da sua primeira viagem ao estrangeiro.
Pelo menos 30 pessoas foram sequestradas em três ataques por homens armados durante o fim de semana no norte da Nigéria, aumentando para mais de 400 os nigerianos sequestrados em quinze dias, foi hoje anunciado.
Pelo menos quatro pessoas morreram baleadas em Stockton, no estado da Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, anunciou a polícia, que deu conta ainda de dez feridos.
O estudante que lançou uma petição a exigir responsabilização política, após o incêndio que matou 128 pessoas em Hong Kong, foi detido por suspeita de "incitação à sedição", noticiou hoje a imprensa local.
O alto comissário das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou hoje que “pelo menos 18 pessoas” foram detidas no golpe de Estado de quarta-feira na Guiné-Bissau e pediu que se respeitem os direitos humanos.
O Tribunal Penal Internacional (TPI), confirmou, na sexta-feira, que continua a investigar crimes contra a humanidade na Venezuela, depois de em setembro o procurador-chefe Karim Khan se ter afastado por alegado conflito de interesses.
Um "ataque terrorista" russo com drones na capital da Ucrânia causou hoje pelo menos um morto e sete feridos, além de danos materiais significativos, anunciaram as autoridades de Kiev.
O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denunciou hoje que um grupo de homens armados e encapuçados invadiu a sua sede, em Bissau, agredindo dirigentes e colaboradores presentes no local.
A agência de combate à corrupção de Hong Kong divulgou hoje a detenção de oito pessoas ligadas às obras de renovação do complexo residencial que ficou destruído esta semana por um incêndio que provocou pelo menos 128 mortos.