Parlamento israelita aprova Orçamento do Estado e reforça Governo de Netanyahu

O Parlamento israelita aprovou hoje o Orçamento do Estado, uma medida que reforça a coligação governamental do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e dá ao líder em apuros a oportunidade de ter meses de estabilidade política.

© Facebook de Benjamin Netanyahu

A aprovação do OE pelo Parlamento dá também a Netanyahu maior apoio mesmo com a pressão pública a aumentar devido à guerra em Gaza.

A votação do orçamento foi vista como um `teste chave` para a coligação de Netanyahu, composta por partidos ultranacionalistas e ultraortodoxos que exigiram e receberam somas avultadas dos seus eleitores.

Por lei, o Governo cairia e seriam convocadas eleições se o orçamento não fosse aprovado até 31 deste mês.

Com a aprovação do orçamento, Netanyahu ganha um ano de tranquilidade política que poderá levar o seu governo até ao fim do mandato, em finais de 2026, o que é raro na política fraturante de Israel.

Segundo analisa a agência noticiosa Associated Press (AP), trata-se de “uma vitória política para Netanyahu”, que enfrenta protestos em massa contra a sua decisão de retomar a guerra em Gaza enquanto os reféns ainda estão nas mãos do Hamas e contra as recentes medidas do seu governo para demitir os principais chefes jurídicos e de segurança.

A votação do orçamento poderá também ter implicações na guerra em Gaza.

Segundo Gayil Talshir, analista político da Universidade Hebraica de Jerusalém, citado pela AP, Netanyahu poderá sentir-se à vontade para avançar para um cessar-fogo duradouro com o Hamas, uma vez que os seus aliados políticos, que se opõem ao fim da guerra, têm poucos incentivos para desencadear novas eleições enquanto os seus números nas sondagens estão em baixa.

Mas a votação não significa que Netanyahu vá avançar no sentido de acabar com a guerra, afirmou a analista, que disse esperar que o primeiro-ministro israelita promova a agenda dos seus parceiros ultranacionalistas para os manter como aliados leais e galvanizar a direita nacionalista antes de qualquer votação futura.

“Netanyahu está sempre a pensar nas próximas eleições. O seu objetivo é garantir que a direita radical estará no seu governo, agora e no futuro”, sustentou Talshir.

Últimas de Política Internacional

A NATO vai reforçar a vigilância e segurança no flanco leste da Aliança Atlântica, depois do incidente em que drones russos entraram no espaço aéreo da Polónia, anunciou hoje a organização.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, homenageou hoje, numa cerimónia solene no Pentágono, as vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington, que causaram cerca de 3.000 mortos.
O Presidente finlandês, Alexander Stubb, acusou hoje a Hungria e a Eslováquia de alimentarem a invasão da Ucrânia com as compras de recursos fósseis russos, durante uma visita à Ucrânia, ecoando críticas de Kiev.
A Comissão Europeia desembolsou hoje a oitava parcela do empréstimo de assistência macrofinanceira excecional (AMF), no valor de mil milhões de euros, de um total de 18,1 mil milhões de euros.
Peter Mandelson foi destituído do cargo de embaixador britânico nos Estados Unidos "com efeito imediato", na sequência de alegações sobre a sua relação com o abusador de menores norte-americano Jeffrey Epstein, comunicou hoje o Governo.
A Polónia, membro da União Europeia (UE) e da NATO, anunciou hoje que restringiu o tráfego aéreo na sua fronteira leste, após a invasão de cerca de 20 drones russos suspeitos no seu território.
O primeiro-ministro polaco anunciou esta quarta-feira que vai invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas entre todos perante ameaças à segurança de um dos Estados-membros, na sequência da violação do seu espaço aéreo por drones russos.
A França regista hoje protestos que se fizeram sentir principalmente nos transportes e autoestradas, com mais de 100 detenções, a maioria em Paris, num dia em que estava previsto um bloqueio total convocado contra as medidas do Governo.
Manifestantes nepaleses incendiaram esta terça-feira o Parlamento na capital Katmandu, após a demissão do primeiro-ministro na sequência de protestos que causaram 19 mortos, anunciou um porta-voz da assembleia.
O Parlamento Europeu (PE) validou hoje o acordo entre a União Europeia (UE) e o Brasil que permite o intercâmbio de dados pessoais e não pessoais para combater a criminalidade grave e o terrorismo.