Paralelo entre Taiwan e Ucrânia traçado por Macron irrita China

A China denunciou hoje como inaceitável o paralelo que o Presidente francês, Emmanuel Macron, estabeleceu entre a situação na Ucrânia e em Taiwan, ilha que o Ocidente receia que seja invadida por Pequim.

© Facebook de Volodymyr Zelensky

“Comparar a questão de Taiwan com o problema ucraniano é inaceitável”, reagiu a embaixada chinesa em Singapura, onde Macron discursou na sexta-feira, na abertura do fórum de defesa Diálogo Shangri-La.

Para a embaixada chinesa, os casos de Taiwan e da Ucrânia “são de natureza diferente e não são de forma alguma comparáveis”, noticiou a agência France-Presse (AFP).

Macron sugeriu, na sexta-feira à noite, que uma invasão de Taiwan pela República Popular da China (RPC) poderia ser comparada à invasão da Ucrânia pela Rússia.

“Se considerarmos que a Rússia pode ser autorizada a apoderar-se de parte do território da Ucrânia sem restrições, sem constrangimentos, sem qualquer reação da ordem mundial, o que diremos do que poderá acontecer em Taiwan”, questionou.

Macron também avisou que “se a China não quer que a NATO se envolva no Sudeste Asiático ou na Ásia, deve impedir claramente que a Coreia do Norte se envolva em solo europeu”.

O líder francês referia-se ao envio de soldados norte-coreanos para combater ao lado das tropas russas na guerra contra a Ucrânia, que Moscovo iniciou em fevereiro de 2022, quando invadiu o país vizinho.

Pequim reafirmou, através da embaixada em Singapura, que “a questão de Taiwan é um assunto estritamente interno da China”.

“Só existe uma China no mundo e Taiwan é uma parte inalienável do território chinês”, afirmou a diplomacia chinesa num comunicado divulgado nas redes sociais.

O secretário da Defesa norte-americano, Pete Hegseth, acusou hoje Pequim de se preparar “para o uso potencial da força militar” na Ásia-Pacífico e de “treinar todos os dias” uma invasão de Taiwan, ao discursar no fórum de Singapura.

A reunificação de Taiwan à RPC é um dos objetivos a longo prazo traçados pelo Presidente chinês, Xi Jinping, desde que chegou ao poder em 2012.

A RPC intensificou a campanha de pressão diplomática e militar contra Taiwan nos últimos anos, com manobras militares cada vez mais frequentes perto da ilha e forçando Taipé a perder aliados para Pequim.

O governo de Taipé, liderado pelo Partido Democrático Progressista (DPP), pró-soberania, argumenta que Taiwan já é independente ‘de facto’ com o nome de República da China, e que o futuro só pode ser decidido pelos 23 milhões de habitantes da ilha.

Taiwan foi a ilha onde se refugiaram as forças nacionalistas de Chiang Kai-chek quando perderam a guerra civil para o Partido Comunista Chinês, de Mao Zedong, que implantou a RPC em 1949, em substituição da República da China.

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