Ventura diz que país se transforma “pelos votos” e não com “violência”

O presidente do CHEGA defendeu hoje que a transformação do país se consegue através dos votos e da democracia, não com recurso a violência, e saudou as autoridades pelo desmantelamento de uma milícia armada de extrema-direita.

© Folha Nacional

“Nós temos que transformar o país pelos votos, pela democracia, por convencer as pessoas com o vosso trabalho, com o nosso trabalho [da comunicação social], com o trabalho dos movimentos, dos deputados, convencer a população. Nós não podemos transformar a democracia com nenhum tipo de violência”, afirmou André Ventura.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, à margem do debate sobre o programa do Governo, o líder do CHEGA foi questionado sobre o desmantelamento de uma milícia armada de direita radical e a apreensão de centenas de munições, armas militares e explosivos.

André Ventura disse que “a ascensão de todos os grupos, sejam de extrema-direita, extrema-esquerda, toda a violência” o preocupa e felicitou “as autoridades pelo trabalho” que levou à detenção de seis pessoas do Movimento Armilar Lusitano.

O presidente do CHEGA disse que não conhecia este movimento.

“O CHEGA tem sido o partido que mais tem pedido mais meios para as polícias, para as autoridades, seja para a Polícia Judiciária, seja para a PSP, para a GNR, seja para o Ministério Público. Portanto, nós saudamos toda a ação contra qualquer violência”, seja “de esquerda, de direita, de centro, internacional, nacional, tem que ser condenada”, defendeu.

O presidente do CHEGA garantiu que o partido tudo fará “para garantir a todos que a democracia existirá” e lutará “até à morte” para assegurar a liberdade de expressão, incluindo dos seus opositores.

“Eu nunca aceitaria representar Portugal, eu nunca aceitaria qualquer espécie de poder que não me fosse dado única e exclusivamente pela vontade livre das pessoas. E espero que todos em casa compreendam o que é que eu estou a dizer. Acho que a mensagem é mais clara do que nunca”, indicou.

Questionado sobre a resposta do primeiro-ministro durante o debate, que disse esperar que André Ventura não queira regressar a um tempo de ditadura, o presidente do CHEGA considerou que “foi uma intervenção triste do primeiro-ministro”.

“O primeiro-ministro sabe que nós nascemos em democracia, o CHEGA lutou em democracia para ser o segundo partido mais representado, lutou em democracia para ter os resultados que teve. Acho que é de muito mau tom e de má-fé colocar em causa que o CHEGA quer regressar ao período anterior ao nosso último regime. Nós queremos é dar um avanço para um outro”, sustentou.

E explicou que quer um país “mais democrático, mais livre, mas onde também haja menos abusos e onde haja mais segurança, e onde haja uma justiça mais eficaz e onde todos aqueles que incumprem sabem que terão que ser chamados à justiça, sejam de esquerda, sejam de direita”.

“Na nova República que idealizamos não há violência boa e violência má, toda a violência é condenável”, defendeu, indicando que quer “um regime ainda de mais liberdade, mas de mais responsabilidade”, mas avisando que “liberdade e libertinagem não são a mesma coisa”.

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