CHEGA quer proibir burkas no espaço público em Portugal

Segundo o Projeto de Lei, os motivos invocados prendem-se com a Constituição que garante a igualdade e dignidade social, sem privilégios por religião, ideologia ou género, e não só.

© D.R.

O Partido CHEGA, através do seu grupo parlamentar, deu entrada no Parlamento, esta quinta-feira, o Projeto de Lei n.º 47/XVI/1.ª, que proíbe a ocultação do rosto em espaços públicos, com algumas exceções, e promete acirrar o debate sobre identidade, segurança e liberdade religiosa.

“Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei” e “ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual”, cita o partido liderado por André Ventura, a Constituição da República Portuguesa preconiza, no artigo 13.º do diploma.

Segundo o Projeto de Lei, os motivos invocados prendem-se com a Constituição que garante a igualdade e dignidade social, sem privilégios por religião, ideologia ou género, e não só. Citando a experiência de países como França, Holanda, Dinamarca, Áustria, Bélgica e Bulgária, os deputados do CHEGA realçam que a “cara descoberta” é essencial à vida em sociedade.

O CHEGA sublinha ainda o papel do Estado laico e defende que manter o rosto coberto gera insegurança e limita o controlo social, especialmente em “vias públicas, escolas, transportes, hospitais, eventos e manifestações”.

Como propostas, o segundo maior partido português sugere a proibição geral da ocultação do rosto em espaço público (Art.º 2), salvo raras exceções: saúde, trabalho, artes, eventos, consulados, locais sagrados e condições climáticas (Art.º 4); multas entre 200 € e 2000 € (negligência) ou até 4000 € (dolo) para quem violar a norma; e, por fim, propõe que quem obrigar à ocultação do rosto por coerção ou abusos possa ser acusado criminalmente, com base no Código Penal (Art.º 6).

O partido liderado por André Ventura acusa o bipartidarismo de ignorar este problema, contribuindo para uma “podridão institucional” e institui o projeto como resposta à necessidade urgente de retomar o controlo, a segurança e a transparência no espaço público.

Nesta senda, o CHEGA quer colocar o tema na agenda, criando uma frente política que apela diretamente às emoções dos cidadãos, defendendo que quem “quiser segurança, respeito e coesão” deve apoiar a lei e enviar uma mensagem clara: o rosto deve ser visível e a mudança é possível, com a participação popular.

Se este projeto vier a ser aprovado, poderá deflagrar comissões na Assembleia da República, acalorados debates sobre liberdade religiosa, segurança pública e o papel do Estado laico. O CHEGA garante que será só o começo de uma cruzada legislativa por “valores portugueses”.

Últimas de Política Nacional

O encerramento das grandes superfícies aos domingos e feriados e a redução do período de funcionamento destes espaços até às 22:00 foi hoje rejeitado pelo PSD, CDS, CHEGA, PS e IL.
Segundo o Projeto de Lei, os motivos invocados prendem-se com a Constituição que garante a igualdade e dignidade social, sem privilégios por religião, ideologia ou género, e não só.
O Presidente do CHEGA disse hoje estar disponível para negociar no parlamento a proposta do Governo de descida do IRS, se este aceitar descer mais nos escalões mais baixos e garantir aumentos de deduções fiscais com habitação e saúde.
O Presidente do CHEGA afirmou hoje que terá na próxima semana "uma reunião com membros do Governo" para tentar alcançar um consenso em matérias imigração e lei da nacionalidade.
O Presidente do CHEGA, André Ventura, congratulou-se hoje com a admissão do projeto do seu partido que prevê alterações à lei da nacionalidade e saudou o presidente da Assembleia da República por não ser uma "força de bloqueio".
O presidente da Assembleia da República decidiu admitir o projeto do CHEGA sobre alterações à lei da nacionalidade, embora colocando reservas de constitucionalidade, mas que entende poderem ser corrigidas no decurso do processo legislativo.
O deputado Pedro Pinto foi hoje reeleito presidente do Grupo Parlamentar do CHEGA com 84% dos votos, e terá como primeira vice-presidente a deputada Rita Matias.
Mariana Leitão, candidata à liderança da Iniciativa Liberal (IL), está sob o olhar atento da opinião pública após revelações preocupantes sobre a sua ligação a uma empresa com conexões diretas à Sonangol.
O Governo liderado pelo PSD avançou esta quarta-feira com novas nomeações para os cargos de administração da Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL), reforçando aquilo que o CHEGA considera ser mais um caso flagrante de “tachismo” partidário.
O Parlamento discute hoje o Relatório Anual de Segurança Interna de 2024, marcado pela eliminação de um capítulo sobre extremismo, num debate que contará com a primeira intervenção em plenário da nova ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral.