Pequim pede cautela à Índia após felicitações de Modi ao dalai-lama

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, acusou o dalai-lama de estar "há muito tempo envolvido em atividades separatistas contra a China sob disfarce religioso" e de tentar "separar o Tibete da China"

© Facebook de Mao Ning

A China apelou hoje à Índia para agir com “cautela” face à “elevada sensibilidade” da questão tibetana, após o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, felicitar o dalai-lama pelo seu 90º aniversário.

Em conferência de imprensa, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, acusou o dalai-lama de estar “há muito tempo envolvido em atividades separatistas contra a China sob disfarce religioso” e de tentar “separar o Tibete da China”.

Nova Deli “deve estar plenamente consciente da elevada sensibilidade dos assuntos relacionados com o Tibete, reconhecer a natureza separatista e antichinesa do dalai-lama e cumprir os compromissos assumidos nessa matéria”, declarou Mao.

A porta-voz acrescentou que a Índia “deve ser cautelosa nas suas palavras e ações” e deixar de “usar a questão tibetana para interferir nos assuntos internos da China”, revelando que Pequim apresentou protestos formais junto do Governo indiano.

No domingo, Modi felicitou o líder espiritual tibetano, referindo-se a ele como um “símbolo duradouro de amor, compaixão, paciência e disciplina moral”.

“Associo-me a 1.400 milhões de indianos para expressar os nossos votos calorosos a Sua Santidade, o dalai-lama, pelo seu 90º aniversário”, escreveu Modi na rede social X.

A Índia acolhe o dalai-lama desde a sua fuga do Tibete em 1959, oferecendo refúgio a dezenas de milhares de tibetanos. O líder espiritual, Tenzin Gyatso, reside atualmente em Dharamsala, no estado indiano de Himachal Pradesh, nos Himalaias.

Na semana passada, o dalai-lama afirmou que a sua sucessão será gerida pelo seu círculo mais próximo, numa decisão que representa um desafio direto à China, que reivindica autoridade sobre o processo de sucessão e insiste que a “reencarnação” é um assunto político interno, sujeito à aprovação estatal.

Embora a Índia não reconheça formalmente o Governo tibetano no exílio, o acolhimento e proteção do dalai-lama tem sido motivo recorrente de tensão diplomática entre Nova Deli e Pequim, que mantêm também litígios fronteiriços nos Himalaias.

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