Ordem dos Médicos diz que SNS atingiu “nível crítico” e pede intervenção do Governo

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, considerou esta quinta-feira que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) atingiu o nível crítico, afirmando que “é uma situação de linha vermelha” e que o Governo tem de intervir rapidamente.

© Facebook da Ordem dos Médicos

“As coisas não estão a correr bem. O SNS está com dificuldades. E quando o SNS está com dificuldade e chega a este nível crítico de dificuldades, aquilo que se impõe é, em primeiro lugar, encontrar soluções”, afirmou Carlos Cortes.

O bastonário falava aos jornalistas após encontrar-se com o presidente da administração da unidade local de saúde (ULS) Santa Maria, Carlos Martins, nas instalações daquela unidade hospitalar, em Lisboa, e visitar os respetivos serviços de Dermatologia e Ortopedia. “Não chegam apenas as soluções. É preciso ter coragem para as implementar. E, do meu ponto de vista, a situação hoje é uma situação de linha vermelha”, sublinhou.

Aos jornalistas, Carlos Cortes disse temer que no futuro aconteçam, “cada vez mais, situações dramáticas”, se não houver uma intervenção “eficaz, rápida e corajosa”, da parte do Governo. “Já estou um pouco cansado e penso que todos os portugueses estão cansados de ouvir falar em soluções. Elas são importantes, mas aquilo que é verdadeiramente importante é implementá-las, é concretizá-las, para as coisas mudarem”, sustentou.

O responsável apelou ainda à Direção Executiva do SNS (DE-SNS) para que cumpra “o seu papel de articulação e coordenação” do SNS.

“Eu julgo que a criação da DE-SNS foi (…) para coordenar o SNS. Aliás, perdeu-se um pouco, esta designação inicial do CEO do SNS. Essa designação desapareceu e eu queria que, efetivamente, a Direção Executiva cumprisse com esse papel, que é absolutamente estratégico para o país: coordenação dentro do SNS”, referiu.

O bastonário considerou que a DE-SNS “devia fazer o seu trabalho de forma muito diferente” e que decisivo “ter os instrumentos adequados para poder ajudar a resolver estas situações”. Carlos Cortes lembrou que o SNS tem de ter uma “capacidade competitiva” e que tem de “saber captar os médicos que estão disponíveis”.

“Estamos em 2025, não estamos em 1979, quando [o SNS] foi criado, quando a resposta em saúde em Portugal era do SNS e havia pouco mais à sua volta. Hoje à competição. Há competição do setor privado. Também há competição do estrangeiro, que vem a Portugal recrutar médicos para os seus sistemas de saúde, para os seus hospitais privados e públicos”, observou.

Últimas do País

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu hoje ao Hospital de São João, no Porto, onde foi operado a uma hérnia, o tratamento recebido, e enalteceu o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Uma mulher de 20 anos foi detida por suspeita de abuso sexual de crianças e pornografia de menores, sendo a vítima um menor de 13 anos que conheceu nas redes sociais, informou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
Mais de uma em cada quatro turmas com alunos com necessidades educativas está sobrelotada, o que representa um aumento das escolas em incumprimento da legislação face ao ano passado, revela um inquérito da Fenprof.
O Presidente da República, operado na segunda-feira a uma hérnia encarcerada, terá alta dentro de aproximadamente uma hora, disse hoje a presidente do Hospital de São João, no Porto, onde o chefe de Estado está internado desde segunda-feira.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) denuncia a "grande revolta" dos polícias no aeroporto de Lisboa, que refutam as críticas de serem responsáveis pelos tempos de espera e acusam "a intromissão e pressão inexplicável" do poder político.
A neve que cai com intensidade no maciço central da Serra da Estrela levou ao encerramento da Estrada Nacional (EN) 339, que atravessa o ponto mais alto da montanha.
Portugal registou 20 casos de sarampo desde o início do ano, nove dos quais em pessoas não vacinadas, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).
As companhias aéreas TAP e Sata e a SPdH, de assistência em terra em aeroportos, acordaram com vários sindicatos a realização de serviços mínimos na greve geral de 11 de dezembro, segundo documentos publicados pela DGERT.
Cerca de 600 alunos das escolas de Montalegre regressaram hoje a casa mais cedo por precaução devido à queda de neve, informou a Proteção Civil Municipal.
Apesar do salário mínimo nacional subir para 920 euros, os números revelam um fosso significativo entre Portugal e os restantes países da União Europeia. O salário médio anual na UE situa-se nos 39.808 euros, enquanto Portugal permanece quase 15 mil euros abaixo deste valor.