Os agricultores do concelho de Ferreira do Alentejo, nomeadamente os pequenos exploradores, reuniram-se com o executivo da câmara municipal e elementos da Guarda Nacional Republicana (GNR) para debater e analisar “a crescente situação de insegurança no setor agrícola”.
Em causa, segundo explicou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo, Luís Pita Ameixa, estão os sucessivos furtos de melão e melancia que têm deixado os produtores e a comunidade preocupados.
“Existe dificuldade em guardar as suas culturas, porque são pequenos [agricultores], pessoas em nome individual ou familiar, que têm os produtos em sítios diversos, espalhados no território e que não os conseguem vigiar 365 dias por ano e 24 horas por dia”, admitiu.
Sem conseguir contabilizar o número real de queixas, uma vez que “há muitos casos em que não são formalizadas”, o autarca revelou que, além da perceção do aumento da criminalidade no concelho, existe o receio “de haver confrontos” entre os agricultores e quem furta.
“As pessoas estão lá nas suas explorações e se descobrem lá outras pessoas a rondar há a possibilidade de haver confrontos”, disse.
Outra das preocupações dos produtores, continuou Pita Ameixa, diz respeito aos “prazos de segurança” e, consequentemente, aos problemas de saúde pública que advêm do consumo precoce de alimentos com aplicação de fitofármacos.
“Os produtos têm que ter um prazo de segurança e não podem entrar no comércio sem que tenham esses prazos concluídos. Agora, quando eles são furtados, vão para as ruas sem respeitar esses prazos e pode fazer mal para as pessoas”, relembrou.
No Conselho Municipal de Segurança, que decorreu na quinta-feira, pediu-se à GNR que agilizasse a sua relação com os produtores de modo a “serem mais eficientes” e conhecedores do terreno.
“Por outro lado, foi também decidido comunicar [a situação] ao ministro da Agricultura para chamar à atenção para este problema [e] à ministra da Administração Interna para pedir um reforço da GNR”, confirmou.
Pita Ameixa relembrou ainda que, na altura da campanha da azeitona, existe um aumento da segurança e de fiscalizações que “tem funcionado de algum modo” e que seria uma opção para esta altura.
O presidente confirmou ainda que pediu também à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) “mais fiscalização” para “estes produtos que são furtados”, “que não têm documentação” e “que são vendidos” no “comércio informal”.