Na reta final do seu mandato, Centeno foi alvo de críticas após nomear a esposa de Ricardo Mourinho Félix, ex-secretário de Estado das Finanças e sobrinho do treinador José Mourinho. A nomeação, divulgada pela SIC, levantou dúvidas sobre favorecimento e transparência dentro da instituição.
Outra polémica prende-se com a nova sede do BdP, num negócio imobiliário de elevado risco que Centeno decidiu suspender. A operação envolvia terrenos da antiga Feira Popular e foi formalizada com quatro sociedades do Grupo Fidelidade, a pouco mais de dois meses do fim do mandato. O banco aceitou pagar um sinal de 57,5 milhões de euros, prevendo-se um custo total entre 235 e 280 milhões, valores superiores aos 192 milhões inicialmente contratualizados para edifícios ainda por construir.
A saída de Centeno marca o fim de um ciclo iniciado em 2020, quando o ex-ministro das Finanças assumiu a liderança do banco central com o apoio do anterior Governo do PS.
O Presidente do CHEGA, André Ventura, reagiu à polémica afirmando que “não tem interesse em nomear figuras conhecidas ou próximas do partido”, defendendo a escolha de “alguém acima dos partidos, com independência e competência”.
Ventura referiu-se a Centeno como “um dos ‘boys’ de António Costa”, sublinhando que o atual contexto parlamentar é diferente do de 2020, com “uma maioria composta à direita”. Nesse sentido, questionou: “Se passámos a ser um país governado à direita, por que razão o Governador do Banco de Portugal continua a ser alguém identificado com a esquerda?”