Violência doméstica contra homens aumentou 48,2% em quatro anos

A violência doméstica contra homens adultos aumentou 48,2% entre 2021 e 2024, anunciou hoje a APAV, que apoiou 3.671 vítimas, das quais uma em cada quatro com mais de 65 anos e sujeitas a abusos prolongados e invisíveis.

© D.R.

O perfil traçado pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) aponta para “um cenário particularmente vulnerável”: 25,4% das vítimas têm 65 ou mais anos, 84,9% são de nacionalidade portuguesa e 22,9% (841) residem em Faro, o distrito mais representativo entre os casos registados.

Lisboa registou 692 casos (19,1%), o Porto 502 (13,7%), Braga, 405, (11%) e Setúbal 276 (7,5%), referem as “Estatísticas APAV – Homens Adultos Vítimas de Violência Doméstica”, baseadas nos dados referente aos processos de apoio desenvolvidos presencialmente, por telefone, e-mail e online, no período compreendido entre 2021 e 2024.

Segundo a APAV, a vitimação apresenta “um caráter prolongado e invisível”.

Mais de 54% das vítimas sofreram violência continuada e 29,9% aguardaram entre dois e seis anos até pedirem ajuda pela primeira vez.

Em 61,3% (685) dos casos, a violência ocorreu na residência comum com a pessoa agressora.

No que toca às denúncias, apenas 48,7% (1.789) das vítimas apresentaram queixa, enquanto 40,6% (1.490) optaram por não o fazer.

Relativamente ao perfil do agressor, os dados revelam que a maioria são mulheres (1.974; 52,9%), com idades entre os 36 e 55 anos (27,3%), sendo cônjuges das vítimas em 20,7% das situações.

A APAV realça que a violência exercida por filhos/as contra os pais, que representa 12,9% dos casos (479), é preocupante, sobretudo quando cruzado com a faixa etária avançada de muitas vítimas.

“Estes dados alertam para uma realidade ainda invisibilizada: a violência doméstica contra homens existe, é grave e precisa de respostas adequadas”, salienta, lembrando a sua missão de apoio, disponibilizando atendimento especializado, gratuito e confidencial a vítimas de todos os crimes.

A Linha de Apoio à Vítima, 116 006, funciona de segunda a sexta-feira, entre as 08:00 e as 23:00.

Últimas do País

A Polícia Judiciária (PJ) já está a disponibilizar o heliporto que fica situado na sua sede, em Lisboa, ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e ao Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) para transporte de órgãos.
Os hospitais públicos devem garantir que têm profissionais suficientes para poder dar altos aos utilizadores nos três dias em que o Governo concedeu tolerância de ponto, segundo um despacho a que a Lusa teve acesso.
Sete homens, com idades entre os 30 e os 41 anos, foram detidos por tráfico de droga nos concelhos de Benavente e Salvaterra de Magos (distrito de Santarém), Sintra (Lisboa), Setúbal e Vendas Novas (Évora), revelou hoje a GNR.
A Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) manifestou hoje preocupação com o alerta dos internistas da ULS do Tâmega e Sousa sobre a sobrecarga assistencial, assegurando que irá acompanhar o processo e intervir para promover soluções.
A Agência Portuguesa do Ambiente chumbou as alterações que o consórcio AVAN Norte queria fazer à linha de alta velocidade, nomeadamente alterar a estação de Gaia e construir duas pontes, segundo uma decisão a que a Lusa teve acesso.
A produção de vinho em Portugal teve uma quebra de 14% na campanha de 2025/2026, para 5,9 milhões de hectolitros, segundo dados do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).
O Hospital de Vila Franca de Xira tem mais de 80 camas contratualizadas para doentes que já tiveram alta clínica, num investimento superior a seis milhões de euros por ano, revelou hoje o presidente do conselho de administração.
Os preços dos bilhetes nos serviços CP vão aumentar, em média, 2,26% em 2026, mas o custo dos passes não vai ter alterações, anunciou hoje a empresa.
O bolo-rei foi a última grande mudança na ceia de Natal tradicional portuguesa. Mais de 100 anos depois de sua introdução, o investigador acredita que este doce poderá começar a perder a centralidade que conquistou.
A GNR e a PSP detiveram nos últimos quatro dias uma média de 76 condutores por dia por excesso de álcool no sangue, no âmbito de operações de fiscalização mais rigorosos em virtude da quadra festiva.