Equipas de cuidados paliativos enfrentam condições de trabalho indignas

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) alertou hoje para a falta de reconhecimento das equipas de cuidados paliativos ao domicílio, alegando que enfrentam condições de trabalho indignas e desigualdade perante outros profissionais de saúde.

© LUSA/ ANTÓNIO PEDRO SANTOS

A posição da federação sindical surge na sequência de uma carta aberta de profissionais das equipas comunitárias de suporte de cuidados paliativos (ECSCP), que garantem cuidados no domicílio a doentes em fase avançada de doença, enviada ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, e à ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

O documento alerta que se tem verificado a saída de médicos e enfermeiros destas equipas “principalmente devido a condições de trabalho inferiores às de outras unidades dos cuidados de saúde primários”.

Segundo a carta aberta, isto acontece porque as ECSCP ainda não foram reconhecidas como Unidades Funcionais, o que impede a contratualização e a atribuição de incentivos aos profissionais que as integram.

“O problema vai além da remuneração, afetando a valorização e estabilidade destes profissionais”, salientam os subscritores do documento, que referem que, em 2024, o Governo tomou iniciativas para valorizar e incentivar os profissionais de saúde, mas não contemplando as ECSCP.

Perante isso, existe atualmente uma “assimetria remuneratória muito significativa” entre profissionais que integram estas equipas e os colegas das Unidades de Saúde Familiares, lamenta ainda a carta aberta.

Em comunicado, a Fnam considerou que a “situação é grave”, tendo em conta que as equipas continuam sem reconhecimento como unidades funcionais dos cuidados de saúde primários, “apesar de mais de uma década de provas dadas e de sucessivas recomendações parlamentares”.

“Esta omissão arrasta condições de trabalho indignas e desigualdades face a outras unidades do Serviço Nacional de Saúde”, realçou a estrutura sindical, para quem o resultado tem sido a “fuga de médicos e outros profissionais destas equipas, esvaziadas por falta de valorização profissional e ausência de estabilidade”.

Para inverter essa situação, a Fnam exigiu o reconhecimento imediato das ECSCP como unidades funcionais dos cuidados de saúde primários, com contratualização própria, o reforço urgente de recursos humanos e materiais, a valorização profissional e progressão na carreira para todos os membros das equipas e o cumprimento integral da resolução Assembleia da República que recomendou ao Governo o reforço da resposta em cuidados paliativos.

Últimas do País

O Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) enfrenta uma grave falta de recursos humanos, denunciada pelos sindicatos ao Correio da Manhã.
O líder de uma rede internacional de tráfico de droga recebia uma pensão da Segurança Social, apesar de viver com um património avaliado em cerca de 250 mil euros. A revelação foi feita pelo Executive Digest.
Pelo menos 16 pessoas ficaram esta quarta-feira desalojadas devido à queda da fachada lateral de um prédio antigo vizinho, na freguesia de São Vicente, em Lisboa, segundo os Sapadores Bombeiros.
A Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) vai dispor de 20,53 milhões de euros até 2028 para contratar serviços de mediação sociocultural, segundo resolução do Conselho de Ministros publicada hoje em Diário da República.
A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) alertou hoje para a falta de reconhecimento das equipas de cuidados paliativos ao domicílio, alegando que enfrentam condições de trabalho indignas e desigualdade perante outros profissionais de saúde.
O procurador-geral da República não se comprometeu hoje com uma data de conclusão da averiguação preventiva à empresa familiar do primeiro-ministro, a Spinumviva, e disse estar a avaliar “os meios necessários” para a terminar.
O ministro da Educação admitiu hoje que o ano letivo poderá arrancar com falta de professores nas escolas, mas disse acreditar num regresso às aulas com a "máxima normalidade" e que as escolas consigam suprimir falhas.
O Ministério Público (MP) confrontou hoje José Sócrates, em tribunal, com escutas em que este combinou um jantar, em 2014, em casa do ex-banqueiro Ricardo Salgado, tendo o antigo primeiro-ministro insistido que essa refeição nunca aconteceu.
A Associação Nacional de Municípios Portugueses defendeu hoje a realização de um debate nacional, a partir de outubro, envolvendo o Estado central, municípios e entidades competentes, para se tomarem medidas que evitem a repetição de incêndios no próximo verão.
O Governo vai descongelar, a partir do ano letivo 2026/2027, o valor das propinas das licenciaturas, que não sofre alterações desde 2020 e passará de 697 para 710 euros, anunciou hoje o ministro da Educação.