Donald Trump “está muito descontente por o petróleo russo estar a ser comprado pela Europa”, disse Volodymyr Zelensky, citando a Eslováquia e a Hungria, durante uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu.
Zelensky referia-se a uma conversa telefónica entre Trump e os líderes europeus, reunidos presencialmente e por videoconferência em Paris.
Macron confirmou também que “Trump e o governo norte-americano ficaram incomodados (…) com as escolhas feitas por dois países-membros da UE que continuam a comprar petróleo russo”.
O líder francês saudou a posição de Washington, afirmando que “o alinhamento Estados Unidos-Europa será ainda mais eficaz para pôr fim a estas práticas”, numa referência a Bratislava e a Budapeste.
“Estes são os dois países que se queixaram ao Presidente Trump” após os ataques ucranianos à infraestrutura energética russa, acrescentou Zelensky.
Recentemente, estes ataques ucranianos, realizados em resposta aos bombardeamentos russos ao sistema energético ucraniano, interromperam o oleoduto Druzhba, que liga a Rússia à Europa Central e Oriental.
Em 2022, após a Rússia ter iniciado a invasão da Ucrânia, a UE proibiu a maior parte das importações de petróleo russo. No entanto, o oleoduto de Druzhba foi isento.
Zelensky vai reunir-se na sexta-feira, no oeste da Ucrânia, com o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, que se encontrou recentemente com o Presidente russo, Vladimir Putin, na China.
Nomeado em outubro de 2023 como chefe do governo eslovaco, Robert Fico deu ao país uma orientação pró-Rússia, seguindo os passos da vizinha Hungria, e visitou a Rússia.
Fico nunca visitou Kiev desde o início da invasão russa da Ucrânia e interrompeu toda a ajuda militar ao país.
Ataca regularmente Volodymyr Zelensky, chamando-lhe “um comediante que mente tanto quanto respira” e que “precisa desta guerra para manter o emprego”.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991, na sequência da desagregação da antiga União Soviética.