O CHEGA vai questionar o primeiro-ministro e a Entidade para a Transparência, através do Parlamento, sobre a oposição de Luís Montenegro ao acesso público de informação sobre imóveis que declarou, anunciou o líder do partido.
“O CHEGA questionará diretamente o primeiro-ministro e também a Entidade para a Transparência, em relação a esta oposição e às razões que a fundamentam, procurando saber se o primeiro-ministro está empenhado em esconder algum elemento ou alguma razão do seu incremento patrimonial, ou se tem motivos legítimos face à lei para o fazer”, afirmou André Ventura.
Em declarações aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, o presidente do CHEGA considerou que é preciso esclarecer “se as notícias que vieram a público na sua extensão são verdade, em relação aos elementos que o primeiro-ministro procurou ocultar, ou se o primeiro-ministro procurou apenas limitar o acesso de alguma informação que pusesse em causa elementos de segurança”.
O CHEGA quer saber também “que critérios foram utilizados para o primeiro-ministro e se são utilizados como previstos na lei em geral para os titulares de cargos públicos, ou qual foi a razão de uma decisão de deferimento por parte da Entidade da Transparência”.
André Ventura salientou que se Luís Montenegro “não der o passo que permitirá esclarecer este e outros domínios de um problema que se arrasta há meses por deliberada vontade de ocultar e de esconder”, não haverá “nenhuma solução satisfatória”.
O líder do CHEGA considerou que as notícias divulgadas no domingo passado “criam alguma estupefação e colocam em causa, mais uma vez, ainda que sem a clareza necessária, a idoneidade e a integridade do primeiro-ministro”.
“Penso que o primeiro-ministro poderá esclarecer o CHEGA em relação a porque é que está a opor-se ao acesso a determinados elementos, diferenciadamente, penso eu, em relação aos outros titulares de cargos políticos. Qual é a razão para isso e porquê a Entidade da Transparência deferiu este pedido, uma vez que refere uma certa ocultação”, indicou.
Ventura quer saber quais os elementos que estão a ser ocultados, nomeadamente se “permitiriam identificar uma determinada habitação ou zona, ou se são elementos que permitem analisar o percurso patrimonial ou a forma como foram adquiridos ou financiados esses imóveis, e aí já seria uma coisa mais grave”.
No domingo passado, o Correio da Manhã noticiou que o primeiro-ministro se teria oposto “à divulgação do número da matriz dos seus imóveis e a Entidade para a Transparência aceitou”, acrescentando que “o primeiro-ministro não permite o acesso público ao número da matriz dos 55 imóveis que declarou”.