O que o leva a avançar com uma candidatura à Câmara Municipal de Bragança?
Candidato-me por Bragança, pelas suas gentes e pela terra que me corre no sangue. Sou descendente direto de uma família da freguesia de Corujas, no concelho de Macedo de Cavaleiros, e mantenho relações profundas com muitas das forças vivas da cidade e do concelho de Bragança.
Esta candidatura nasce de um sentimento de compromisso autêntico com a nossa terra. Conheço bem os desafios que enfrentamos: o despovoamento crónico, a estagnação económica, a dificuldade de acesso a transportes, a fragilidade dos serviços de saúde e educação em áreas rurais. É tempo de agir.
Comprometo-me a ouvir as pessoas, a servir com lealdade e a agir com coragem. Acredito num concelho que não se resigne — um concelho mais justo, mais dinâmico, mais respeitado. E acredito que, juntos, podemos construí-lo.
Quais são as grandes mudanças infraestruturais que propõe?
Queremos colocar Bragança no mapa da competitividade ibérica e torná-la a verdadeira capital do Noroeste Peninsular. A nossa ambição é transformar o atual aeródromo num Aeroporto Regional, com capacidade para atrair investimento, turismo e gerar nova centralidade regional. Comprometemo-nos a concluir essa obra no prazo de quatro anos, desde que a ANAC aprove o projeto em tempo útil.
Mas não ficamos por aqui. Vamos exigir a concretização imediata da ligação rápida entre Bragança e Puebla de Sanabria, uma infraestrutura essencial para garantir acesso direto à linha de TGV espanhola (AVE) e às principais redes de transporte da Península. Esta ligação reduzirá o tempo de viagem para 20 a 30 minutos — uma verdadeira revolução na mobilidade transfronteiriça.
É inaceitável que uma obra financiada com 29 milhões de euros do PRR continue bloqueada. Vamos tirá-la do papel e pô-la no terreno. Com cronogramas rigorosos, metas claras e uso eficaz dos fundos europeus.
Como pensa responder aos desafios da interioridade?
O interior precisa de soluções à altura dos seus problemas — e Bragança tem tudo para ser um território de futuro.
A nossa proposta é clara: criar o BRAGANÇA LIVING HUB – Inovação e Talento no Interior. Este será um verdadeiro laboratório de inovação em territórios de baixa densidade, onde se cruzam ciência, juventude, empreendedorismo e qualidade de vida.
Com a parceria do Instituto Politécnico de Bragança e do Brigantia EcoPark, queremos atrair talento altamente qualificado, fomentar startups e fixar empresas que tragam emprego e inovação ao nosso território. Bragança pode — e deve — liderar a transformação do interior do país, com políticas de futuro e visão estratégica.
O setor rural terá um lugar central na sua estratégia?
Absolutamente. O mundo rural é a espinha dorsal de Bragança — e merece ser tratado como tal.
Vamos reforçar os apoios municipais ao combate às doenças do castanheiro, uma das maiores ameaças à economia agrícola da região. A produção de castanha é vital para milhares de famílias, mas tem sido posta em risco por pragas e doenças que os atuais recursos não conseguem controlar.
Defendemos um Fundo Municipal para a Sanidade do Castanheiro com verbas sólidas, que permita uma resposta eficaz, previsível e contínua, mesmo fora dos ciclos de financiamento europeu. Queremos proteger o que é nosso e garantir sustentabilidade a um setor que faz parte da nossa identidade.
Nos últimos anos, Bragança tem estado no centro de escândalos políticos. O que propõe para devolver a confiança à população?
É urgente romper com o passado de opacidade, suspeitas e má gestão. As investigações em curso pela Procuradoria Europeia — por suspeitas de fraude, corrupção e prevaricação — demonstram que Bragança precisa de uma mudança radical na forma como é governada.
Defendemos tolerância zero à corrupção. Os bragançanos têm direito a uma autarquia limpa, onde cada euro público seja investido com rigor e transparência.
A nossa primeira medida será realizar uma auditoria completa à gestão da Câmara Municipal dos últimos oito anos. Em paralelo, criaremos um Gabinete de Transparência, com autonomia técnica e funcional, que terá como missão prevenir riscos de corrupção, reforçar a integridade dos processos e garantir escrutínio público permanente.
Só com verdade e responsabilidade podemos recuperar a confiança dos cidadãos.
Que mensagem final deixa aos cidadãos de Bragança?
Deixo uma mensagem de esperança, mas também de ação.
Quero que Bragança volte a ser uma terra de oportunidades, onde as famílias possam viver com dignidade, onde os idosos sejam respeitados e os jovens tenham razões para ficar e construir futuro.
A minha prioridade é garantir que a Câmara Municipal esteja verdadeiramente ao serviço de todos — sem esquecer ninguém, sem beneficiar uns em detrimento de outros. Chegou a hora de fazer diferente. Chegou a hora de fazer melhor.
Com coragem, com transparência e com determinação, a mudança vai chegar finalmente a Bragança.