Estado, o caloteiro-mor

Se o Estado fosse uma pessoa seria aquele tipo em quem ninguém confia, porque o mesmo Estado que é muito expedito a cobrar impostos aos contribuintes, é o mesmo que quando é ele a pagar perde a velocidade e fica parado, paradinho.

Só para terem uma ideia, no ano passado, o Estado arrecadou 5,8 mil milhões de euros em impostos ambientais: um valor mais elevado do que o do ano anterior e acima daquela que é a média europeia. Por outro lado, e segundo dados oficiais, o Ministério da Cultura, Juventude e Desporto demora 722 dias para pagar às empresas com quem trabalha.

Esta situação, além de ser desonesta, é lesiva para estas empresas que prestam um serviço e não veem o seu trabalho ser monetariamente recompensado, ficando, assim, em falta com os seus próprios trabalhadores. O monstro que é o Estado sufoca as famílias não só com impostos, mas também com dívidas, não pagando o que deve, a quem deve, num razoável período. Ora, ou o Estado é uma espécie de instituição bipolar ou, então, isto é mesmo gozar com quem trabalha.

Se um contribuinte se atrasar um mês a pagar uma qualquer contribuição ao Estado, entra logo em incumprimento e vão-se somando juros ao valor a pagar até que o mesmo seja liquidado em definitivo, mas o Estado pode deixar empresas à espera do pagamento que lhe é devido durante dois anos. O que é mais revoltante é que o Estado, que devia zelar pelos portugueses e dar o exemplo, fazendo o que exige aos cidadãos, é, na verdade, o maior inimigo da população, apesar de ser sustentado por quem trabalha. E eu pergunto: como pode um cidadão confiar neste Estado?

Um Estado que não cumpre, não dá o exemplo, sufoca os trabalhadores em impostos e, ainda assim, não tem serviços públicos decentes para lhe oferecer. Um Estado que é um monstro alimentado pelo esforço daqueles que trabalham e são recompensados com salários que só permitem sobreviver. Um Estado que suga os melhores anos dos contribuintes e depois tem para lhes oferecer pensões miseráveis. É, definitivamente, lamentável o estado a que chegou o Estado que é meu, é teu, é de todos.

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