Como seria de esperar, o agendamento das eleições legislativas regionais para o dia 24 de setembro deram início aos jogos de bastidores e à manipulação da comunicação social para fins meramente partidários. Com o propósito de afastar do nosso partido os eleitores que estão saturados da liderança social-democrata e exigem uma mudança no paradigma da governação, o PSD-Madeira veio a público dizer que reconhece o CHEGA como ator legítimo do panorama político e que está aberto a diálogos com o nosso partido, caso tal seja necessário no período pós-eleitoral. Sem dúvida seguindo a indicação do parceiro de jornada, o CDS-Madeira ensaiou o mesmo tipo de diálogo, afirmando disponibilidade para falar connosco após o plebiscito de setembro.
Mas as observações falham o alvo – e falham de três maneiras diferentes.
Em primeiro lugar, o CHEGA não está, nem nunca esteve, à espera do reconhecimento do PSD ou do CDS em matérias de legitimidade política. Pelo contrário, a legalidade da nossa existência e a constitucionalidade da nossa ação política resultam da aprovação que há muito nos foi conferida pelo Tribunal Constitucional, o qual, após uma exigente e minuciosa análise dos nossos estatutos e missão, afirmou com clareza contundente que somos um partido constitucionalmente fundamentado e, como tal, um participante de pleno direito na conjuntura política nacional, a qual inclui, como é óbvio, as autonomias atlânticas. Por isso, não precisamos, nem estávamos à espera, da ‘bênção pública’ de sociais-democratas ou centristas. Bem que a poderiam ter guardado para instituições que a valorizassem, o que não é, de todo, o nosso caso.
Em segundo lugar, sabemos, há muito tempo, que quase todos os partidos, assim como certa comunicação social, decidiu criar uma espécie de ‘cerca sanitária’ em torno do CHEGA, a qual também se estendeu, de sobremaneira, à Região Autónoma da Madeira. Quer seja no parlamento, em certos jornais ou nos debates televisivos entre auto-intitulados comentadores da vida pública madeirense e portosantense, o foco passa quase sempre por ignorar a existência do nosso partido, menosprezar o contributo que fazemos para a vida pública e rotular-nos com toda o tipo de epitáfios, que vão desde ‘populista’, ‘racista’ e ‘xenófobo’ a ‘misógino’, ‘extremista’ e ‘fundamentalista’. Muito felizmente, e graças à enorme capacidade que o CHEGA tem tido de passar a sua mensagem directamente à população, tais tristes esforços tornaram-se, para quem os exerce, meros exercícios frustrantes e vazios.
Hoje, mais do que nunca, o cidadão comum sabe quem somos e aqueles que trabalham, pagam impostos, procuram uma vida digna, amam o seu país e querem para os seus um país e uma Região com felicidade, justiça, equilíbrio, valores e princípios, já perceberam que somos a sua voz. Por muito que os supostos ‘maiorais’ nos ignorem, não desistimos. Por muito que nos rotulem, não vergamos. E por muitas inverdades, falsidades e divisões internas que queiram disseminar, o nosso foco e a nossa determinação são fortes!
Em terceiro lugar, porque conhecemos bem os jogos e as dissimulações que o PSD e o CDS têm feito questão de trazer para a Democracia na Região Autónoma da Madeira, não nos deixamos embalar por conversas fúteis de alianças. A nossa posição, que já foi afirmada e reafirmada no passado, é extremamente clara: não estamos disponíveis para qualquer tipo de coligações com os interesses partidários instalados. Como tal, não vamos trair o nosso eleitorado, nem estender linhas de vida a quem trata a Madeira e o Porto Santo como propriedades privadas, onde o Bem Comum e a Causa Pública são meras moedas de troca em negociatas que nos empobrecem, asfixiam e envergonham.
Sabemos bem onde vamos. E sabemos que não nos vendemos – nem, por um prato de lentilhas, nem por uma travessa de lagostas. O nosso propósito é outro, muito mais importante e muito mais válido. E o que o PSD e o CDS têm de perceber, uma vez por todas, é que nunca conseguirão comprar aquilo que não está à venda.
Estamos falados!