Em ofício datado de hoje e enviado na sexta-feira, a Plataforma dos Sindicatos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e Associações da Guarda Nacional Republicana (GNR) transmite a António Costa que “os polícias chegaram ao limite, podendo desesperadamente extremar posições, como as que estão a desenvolver-se por todo o país”.
Manifestando “preocupação (…) quanto ao que poderá provir daqui em diante”, a plataforma, que, até aqui, “conseguiu manter a ação reivindicativa dentro dos limites da lei”, realça agora que “não tem condições de enquadrar” todas as formas de protesto, antecipando que estas “atingirão proporções indesejáveis”.
Recordando que todos os responsáveis “foram informados e devidamente alertados”, a plataforma considera que “nada do que possa acontecer poderá ser visto com surpresa pelo poder político”.
As forças de segurança aproximam-se “do precipício” e isso representa “riscos” para a segurança em Portugal, assinala, vincando “as consequências que pode acarretar uma não resposta”.
Na carta, enviada com conhecimento ao ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, a plataforma critica “o silêncio” dos governantes, que acusa de fugir ao debate e de demonstrar “total desrespeito pelos mais de 45.000 profissionais da PSP e da GNR”.
A plataforma lamenta a “falta de disponibilidade” do primeiro-ministro para reunir e justifica assim a “necessidade de alargar e amplificar os motivos” do “descontentamento”.
Classificando como “históricas” as duas manifestações em Lisboa e Porto, em que estima terem participado cerca de 15 mil e 20 mil pessoas, respetivamente.
“É imprescindível e urgente uma responsável atuação por parte do Governo”, urge a plataforma, que congrega 11 sindicatos da PSP e associações da GNR.
Os elementos da PSP e da GNR exigem um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, estando há mais de três semanas em protestos que começaram com um agente da PSP a pernoitar em frente à Assembleia da República, em Lisboa, e que depois se alargaram a todo o país.