Imigração? “Só pode ficar em Portugal um imigrante que não cometa crimes”

O presidente do CHEGA desafiou na terça-feira os líderes dos partidos à direita para "um pacto sobre imigração" e considerou que Pedro Passos Coelho pediu aos sociais-democratas para acordarem para este tema.

© Folha Nacional

“Vou desafiar toda a dita direita, porque haverá uma maioria para isso, para um pacto de imigração assente em três ideias simples e que diz que só pode ser nacional português quem conhecer minimamente a nossa língua e a nossa cultura, só pode ficar em Portugal um imigrante que não cometer crimes, e se cometer crimes será expulso, só pode receber subsídios em Portugal um imigrante que ao fim de cinco anos tenha contribuído para a nossa Segurança Social”, afirmou.

Discursando na terça-feira à noite num jantar/comício no concelho de Guimarães (distrito de Braga), André Ventura voltou a comentar a entrada do antigo primeiro-ministro social-democrata na campanha da AD e um dos temas abordados.

O líder do CHEGA considerou que a coligação PSD/CDS-PP/PPM “acordou para questão da imigração”, mas para isso os sociais-democratas “até tiveram de levar dois estalos na cara” de Passos Coelho.

Ventura defendeu também que o discurso do antigo líder social-democrata poderia ser “oh idiotas úteis, acordem, que o CHEGA tem razão nesta matéria, por isso façam lá esse trabalho”.

Considerando que “o que era uma imigração localizada tornou-se massivamente uma imigração descontrolada”, o presidente do CHEGA rejeitou que estrangeiros venham para Portugal “sem qualquer controlo, sem critério e sem saber quem entra e ao que vem”.

“Se deixarmos entrar toda a gente sem critério, estamos a permitir a destruição da nossa sociedade, o aumento da pobreza, da exclusão e cada vez mais sem-abrigo”, defendeu, indicando que quer “uma imigração que seja legal, que cumpra regras e que possa ser decente”.

Ventura rejeitou aquilo que considerou ser uma “imigração descontrolada, que mais não faça do que aumentar a perceção de pobreza, de destruição e de desorganização”.

“Podemos ter mais imigrantes, mas eles têm de cumprir as nossas regras e não outras regras”, salientou o cabeça de lista por Lisboa, que alegou existir uma “venda avulsa da nacionalidade portuguesa”.

No seu discurso, André Ventura falou também dos cenários pós-eleitorais e comprometeu-se a apresentar “uma moção de rejeição do programa do PS no primeiro dia” caso os socialistas vençam as eleições, mas só se “houver à direita do parlamento uma maioria clara”.

O presidente do CHEGA disse que o presidente do PSD “tem todo o ar de quem vai viabilizar o governo do PS” e que o seu partido não vai fazê-lo “de certeza”.

Já em declarações aos jornalistas antes do comício, o presidente do CHEGA comentou as declarações do líder do PSD, que prometeu demitir-se caso corte um cêntimo nas pensões, acusando-o de ser “um copião” pois na convenção do partido também disse que, se for primeiro-ministro, vai afastar-se do cargo caso não consiga aumentar as pensões.

“Mais vale fazer o seguinte, é sair da campanha e deixar o CHEGA fazer o resto da campanha. Era mais fácil, em vez de estar a copiar permanentemente as nossas coisas, as nossas ideias e agora até o meu discurso”, atirou.

Na ocasião, o presidente do CHEGA foi questionado também sobre a possibilidade de envio de tropas dos países da NATO e União Europeia para a Ucrânia, já rejeitada pelo primeiro-ministro.

André Ventura defendeu que “Portugal deve ser intransigente no apoio à Ucrânia” e que “pode ajudar até militarmente e do ponto de vista humanitário e do ponto de vista financeiro”, mas deve evitar “envolver-se em conflitos no terreno com militares portugueses”, justificando com o “desinvestimento que foi feito nas Forças Armadas nos últimos anos e o estado em que o Governo português deixou as Forças Armadas”.

Últimas de Política Nacional

O partido CHEGA vai realizar uma manifestação “contra o travão à Lei de Estrangeiros” no próximo dia 6 de setembro, pelas 15h00, com início no Centro de Congressos de Lisboa e término no Palácio de Belém. A iniciativa tinha sido inicialmente marcada para 24 de agosto, mas foi adiada em solidariedade com as vítimas dos incêndios que devastaram o país.
O CHEGA afirmou hoje que o Governo pretende adiar para outubro a aprovação final da revisão da lei da nacionalidade, dando prioridade ao processo para sanar as inconstitucionalidades apontadas pelo Tribunal Constitucional na lei de estrangeiros.
A Câmara Municipal da Amadora, presidida pelo socialista Vítor Ferreira, adjudicou, por ajuste direto, uma obra de cimento de oito toneladas para celebrar Mário Soares ao artista urbano Alexandre Farto, conhecido como Vhils, pelo valor de 246 mil euros. A obra terá 2,5 metros de altura e cinco de comprimento, e será instalada na Praça da Liberdade, segundo revelou o jornal PÁGINA UM.
O Governo começa hoje a receber os partidos com assento parlamentar para discutir o Orçamento do Estado para 2026, o conflito no Médio Oriente, a lei da nacionalidade e dos estrangeiros e a criação de novas freguesias.
O CHEGA propõe aumentar as penas para quem for condenado por atear fogos florestais, prevendo a possibilidade de aplicação da pena máxima prevista no sistema português e a sua equiparação a terrorista.
A Câmara da Lousã aprovou hoje uma proposta de isenção de faturas de água para os cidadãos, empresas e coletividades com consumos extraordinários face ao combate ao incêndio que afetou aquele concelho.
O CHEGA vai questionar o primeiro-ministro e a Entidade para a Transparência, através do parlamento, sobre a oposição de Luís Montenegro ao acesso público de informação sobre imóveis que declarou, anunciou hoje o líder.
O líder do partido CHEGA, André Ventura, disse ontem que quer um Orçamento do Estado para 2026 que “reflita uma mudança de espírito de política de habitação” e propôs algumas medidas.
Vários partidos do sistema, nomeadamente o PS e o VOLT, estão empenhados em tentar impedir a presença do CHEGA nas próximas eleições autárquicas.
O Chega quer proibir a exploração económica das áreas ardidas durante 10 anos e a venda de madeira queimada, aumentar as penas para os incendiários e a criação de um fundo de apoio às famílias dos bombeiros.