A subsistência e resistência dos mídia nacionais, locais e regionais e como sobreviver?
Actualmente em qualquer computador ou smartphone se tem toda a informação a custo zero ou a troco de uma publicidade, as TVs de casa ligadas à internet, os carros com rádios digitais ligados online, e a transmitir podcast. Desencadeia uma realidade que muitos empresários e redações não estão a acompanhar. Será por acreditar que melhores dias virão? Ou será falta de coragem em se adaptarem e mudar as bases da comunicação social.
Os podcast temáticos nas redes sociais, vieram para ficar, uma plataforma que facilmente o produtor interage com o público que está a assistir à distância de uma mensagem, e-mail ou um simples comentário, esse comentário pode ser lido e comentado directamente, tornando o público também participativo e útil para o próprio programa. Essas plataformas canalizam o público alvo para os temas e canais que o algoritmo acha lógico e acertado. Os canais abordam temas variados, podendo ser uma estrutura só de uma pessoa ou ter a participação em conversas e debates entre vários participantes, podendo estar no mesmo local físico, ou remotamente fazendo tudo isso com baixos custos e um debate variado.
Alguns defendem o financiamento estatal como solução para ultrapassar as dificuldades financeiras mas correndo o risco de deixar de haver independência no jornalismo e nas equipas editoriais, e ficarem amarradas a uma tendência ideológica ou partidária.
Os mídia locais como conseguem manter e desempenhar a sua função? A periodicidade das publicações, os custos com a impressão e distribuição, custos com o pessoal e instalações.
O mesmo se passa com as rádios, equipamentos de estúdio, despesas de transmissão e Direitos de Autor, e todos os custos enerentes a esta prática. Pois também estes terão que dar um passo em frente, estudar novas alternativas, abrir novos horizontes. Numa conjuntura onde as empresas que suportam a publicidade estão também a passar dificuldades e cortar custos, começando pela publicidade e patrocínios, tornando mais uma dificuldade á contabilidade financeira apertada dos mídia.
A nível nacional estão agrupados em empresas de comunicação que englobam imprensa escrita, TVs e rádios, tornando mais fácil o combate a crises. A nível regional/local grande parte desta imprensa trabalha solitária, a união de vários meios numa associação a nível regional talvez seja uma das formas de sobrevivência e fortalecimento. Em alguns Concelhos existe a televisão local, sendo um arcaico sistema de reportagens em vídeo que são colocadas das redes sociais, essas reportagem ao ser de qualidade e de interesse poderiam ser “vendidas” as TVs nacionais principalmente á RTP pois é suportada em grande parte pelos impostos dos Portugueses. Seria uma forma de angariação de fundos para ter uma imprensa local forte e de qualidade.
A ideologia ou a isenção, esse é um tema que deveria ser debatido e tido em conta. Não basta dizer que é um meio de comunicação isento e independente, ou que não é politizado, pois nos últimos anos assistimos a notícias altamente tendenciosas e muitas das vezes demagógicas. A isenção sempre deve prevalecer na informação, já em artigos de opinião isso é caso diferente, pois é a opinião de quem emite esse parecer.
Da mesma maneira que o debate sobre os lobis na política está em cima da mesa de discussão, deveria estar também a possibilidade dos meios de comunicação poderem escolher entre independente, posição política de direita ou de esquerda, assim os leitores, ouvintes, telespectadores ou internautas saberiam á partida a tendência dos artigos e de opiniões que estavam a consumir.
Não devemos ignorar a mudança dos tempos, a evolução das ideias e a forma como as atingimos.
A reflexão deve ser feita e o desafio está em descobrir a solução acertada para ultrapassar a dificuldade e seguir a informar e não a formar ou formatar ideias.