Alemanha quer incentivar ao serviço militar sem torná-lo obrigatório

A Alemanha quer incentivar os jovens a cumprir o serviço militar, introduzindo o recenseamento obrigatório de potenciais recrutas para reforçar a defesa nacional, perante as crescentes ameaças desde a invasão da Ucrânia, anunciou hoje o ministro da Defesa.

© D.R.

No dia do seu 18.º aniversário, os jovens serão contactados pelo Exército alemão, a Bundeswehr.

“Eles vão receber um questionário que serão obrigados a preencher, se forem jovens do sexo masculino – haverá, portanto, uma obrigação legal em relação a isso”, explicou à comunicação social o ministro, Boris Pistorius, acrescentando que, para as mulheres, a resposta ao questionário será facultativa.

Pistorius apresentou hoje o seu muito aguardado conceito para um “novo serviço militar”, num país onde a forma de reforçar a Bundeswehr, com escassez de efetivos e de recursos, é um dos temas mais debatidos do momento.

“Não queremos voltar atrás”, ao antigo serviço militar obrigatório, suspenso em 2011, assegurou, dizendo pretender, em vez disso, graças a esse futuro recenseamento, “fazer crescer, ano após ano”, o número dos novos recrutas do Exército.

A ideia subjacente ao questionário é, por um lado, despertar o interesse dos jovens e, para o Exército, selecionar os mais aptos ou motivados e convocá-los para uma entrevista.

“Estamos a contar ter um número suficiente de respostas voluntárias para uma seleção e, após essa seleção, teremos uma ideia precisa dos jovens que estão particularmente motivados para se comprometerem com o nosso país”, acrescentou o ministro social-democrata.

O titular da Defesa alemã espera que este “novo modelo” permita atrair mais 5.000 jovens soldados por ano.

Os jovens que terminarem o seu serviço militar passarão então a integrar as fileiras dos reservistas. O objetivo a longo prazo é elevar o número de efetivos da Bundeswehr para 460.000 soldados – cerca de 200.000 permanentemente ativos no Exército e os restantes na reserva.

Apesar de uma campanha de recrutamento, o número de militares no ativo desceu para 181.500 no ano passado.

Boris Pistorius, atualmente o político mais popular da Alemanha, insiste há meses na necessidade de tornar o Exército “apto para a guerra”, a fim de defender o país e desempenhar o seu papel na NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).

Depois de ter reduzido o seu financiamento desde o fim da Guerra Fria, já há dois anos que a Alemanha tem vindo a investir fortemente no Exército para o modernizar, mas o ministro quer mais recursos.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, e, com ele, a maioria do SPD (Partido Social-Democrata) e dos Verdes, aliados na coligação governamental, defenderam até agora o voluntariado total.

Os conservadores, na oposição, são, por seu lado, a favor da reintrodução do serviço militar obrigatório, incluindo o das mulheres jovens, com a possibilidade de prestação de serviço comunitário.

Últimas de Política Internacional

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse estar grato pelo encontro “muito produtivo” de hoje com o candidato republicano às presidenciais nos Estados Unidos, Donald Trump, que tem criticado o apoio militar norte-americano a Kiev.
Portugal e 30 outros países, além da União Europeia, pediram hoje o "regresso imediato" à Venezuela do Gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e o fim do impasse político do país.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, insistiu hoje na proposta de uma trégua de 21 dias na fronteira israelo-libanesa, para procurar uma "solução diplomática" para o conflito entre Israel e o grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah.
A lista de candidatos ao prémio Sakharov anualmente atribuído pelo Parlamento Europeu foi hoje divulgada e inclui este ano membros da oposição venezuelana, pacifistas no Médio Oriente e o empresário norte-americano Elon Musk.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, criticou hoje o que disse ser a “atitude infantil” de alguns dos seus parceiros da União Europeia (UE), alegando que colocam em perigo a presidência rotativa ao boicotarem reuniões.
O Governo talibã, no poder no Afeganistão desde agosto de 2021, criticou hoje a ONU por não convidar o seu representante para a Assembleia-Geral, que decorre esta semana em Nova Iorque, impedindo a sua participação no evento.
O exército israelita disse hoje ter atingido, esta madrugada, dezenas de alvos do movimento xiita libanês Hezbollah no Líbano.
A vitória do Partido Social-Democrata (SPD) alemão nas eleições regionais de Brandenburgo, com curta margem sobre a direita radical, pode ser insuficiente para aliviar a pressão sobre a coligação de governo, que diversos analistas consideram em crise irresolúvel.
Os Estados Unidos da América (EUA) reiteraram hoje o seu apoio a Israel e ao direito israelita de defender-se dos ataques do movimento xiita libanês Hezbollah, prometendo o envio de mais forças militares para o Médio Oriente.
Os Estados-membros das Nações Unidas (ONU) comprometeram-se hoje a traçar “um futuro melhor” para a humanidade afetada pelas guerras, pela pobreza e pelo aquecimento global, apesar da oposição de alguns países, incluindo da Rússia, à adoção deste acordo.