Apesar do reagendamento do dia 21 para o dia 29 de setembro, por respeito às vítimas dos incêndios e aos bombeiros que os combatiam, a resposta à manifestação do CHEGA foi enorme, e as ruas de Lisboa encheram-se para se fazer ouvir Portugal.
“Portugal é nosso” e “nem mais um” foram as palavras mais ouvidas durante o percurso de quase 3 km, que ligou a Alameda ao Rossio, passando pelo Martim Moniz, evidenciando um forte apelo por políticas mais restritivas no controlo da imigração e pela preservação da identidade portuguesa. Com cartazes e bandeiras, a multidão manifestou-se contra o que considera ser um controlo inexistente das fronteiras, alertando para as consequências da entrada de imigrantes, que, segundo os manifestantes, põe em risco a identidade cultural e a segurança dos portugueses. Muitos participantes expressaram a sua frustração em relação às políticas atuais, afirmando que estas não protegem suficientemente os interesses nacionais, e exigiram uma mudança urgente nas leis de imigração. A mobilização tornou-se numa das maiores ações de rua da Direita e do CHEGA até ao momento, refletindo o crescente descontentamento dos portugueses com as políticas de imigração vigentes em Portugal.
O protesto centrou-se na exigência de um maior controlo das fronteiras e na imposição de limites mais rigorosos à entrada de imigrantes, sublinhando a necessidade de proteger a cultura portuguesa e os recursos destinados aos cidadãos portugueses.
O protesto terminou com uma grande concentração na Praça do Rossio, onde Ventura discursou, reforçando a determinação do partido em lutar por um controlo mais apertado das fronteiras e por uma reavaliação das políticas de acolhimento de imigrantes. Durante o discurso, o presidente do CHEGA, que se tem destacado pelas suas posições firmes em matéria de imigração, defendeu a implementação de políticas mais duras e acusou o governo de não fazer o suficiente para proteger os cidadãos portugueses face ao aumento da imigração. “Estamos a perder o controlo das terras que eram nossas”, afirmou André Ventura, recordando a arruada em Milfontes durante a campanha eleitoral para as eleições Europeias, onde foi abordado por alguns comerciantes que lhe relataram que já não conseguem sair dos seus negócios depois das 17 horas, com receio de enfrentar problemas de segurança.
Citando alguns desses comerciantes, o líder do CHEGA mencionou frases como “tenho medo de que a minha filha ande sozinha à noite na rua” e “tenho receio que a minha mulher saia de casa sozinha”. Segundo o Presidente do CHEGA, estas situações já não ocorrem apenas em Lisboa, Porto ou Faro, mas por todo o país, uma vez que “hoje, até em ruas e aldeias que há uns anos eram sinónimo de paz e tranquilidade, só vemos caos absoluto”, concluindo: “hoje só vemos tiroteios à luz do dia, facadas à luz do dia e criminalidade à luz do dia”. Também durante o discurso, André Ventura afirmou que ainda há muito para fazer, mas que Portugal não se pode deixar domar e passar “aquilo que era verde e vermelho para outra bandeira qualquer” referindo-se à bandeira nacional, pois, segundo o líder do CHEGA, se tal acontecer “nós deixaremos de ser a pátria que somos”, advertindo que “cada geração tem um dever maior”. Já no final do discurso, em tom acalorado, André Ventura avisou que “uma manifestação não faz a primavera” e pediu não só aos participantes da manifestação, mas a todos os portugueses que “tenham no coração, o maior movimento de sempre de reconquista da alma nacional”. Esta manifestação marcou um momento importante na trajetória do partido, evidenciando a sua crescente capacidade de mobilização e o impacto que tem vindo a ter no debate político em Portugal, particularmente em temas como a imigração e a segurança.