“As forças de segurança em democracia. Por uma polícia mais próxima do cidadão” é o tema do I congresso da ASPP, que se realiza sábado e domingo e reúne em Lisboa polícias de Portugal, Espanha, Países Baixos e Brasil e outros profissionais, como professores, juízes, magistrados, enfermeiros e médicos.
O presidente da ASPP, Paulo Santos, disse à Lusa que será um congresso “virado para o exterior” e terá como um dos temas em debate um assunto “muito atual, que é o policiamento de proximidade”, apesar de a iniciativa ter sido marcada no início do ano.
O policiamento de proximidade e a forma como a PSP intervém nos bairros sociais tem sido abordado na última semana devido aos distúrbios em vários locais da Área Metropolitana de Lisboa motivados pela morte de um homem por um agente da PSP na Cova da Moura, na Amadora.
“É necessário fazer uma discussão séria sobre o que se pretende para o país em termos de segurança interna”, afirmou o presidente do maior sindicato da PSP, lamentando que o policiamento de proximidade exista “apenas no papel”.
Segundo Paulo Santos, há mais de 30 anos que se fala em policiamento de proximidade, mas “não tem funcionado” por falta de investimento, meios, recursos e efetivo.
O presidente da ASPP defendeu que o policiamento de proximidade deve ser “um instrumento político” que não deve ficar na alçada de uma direção policial”, devendo ser alargado a outras áreas da sociedade, saúde, deporto, educação cultura.
Paulo Santos considerou que deve existir uma equipa multidisciplinar nos bairros e não deve ser só a polícia a entrar nestes locais e “a fazer o papel de mau do Estado”.
Intervenção e condição policial e direito à greve na PSP são outros temas que vão ser debatidos durante dois dias no primeiro congresso da ASPP.