De acordo com o presidente do partido, André Ventura, existem indícios sérios de que os incêndios florestais que assolam o país todos os anos não são apenas resultado de negligência ou causas naturais, mas sim de interesses económicos organizados e de “máfias que lucram com tudo isto”.
Em declarações ao Folha Nacional, André Ventura afirmou que “não podemos continuar a fingir que os incêndios em Portugal são apenas acasos ou desgraças naturais. Há interesses escondidos, há lucros com a destruição, e há uma verdadeira rede montada em torno desta tragédia anual. É uma máfia dos fogos e está a beneficiar com a dor e a desgraça dos portugueses.”
O líder do CHEGA acusa ainda o sistema político de não fazer nada pela prevenção destes fogos. “Ano após ano, ouvimos as mesmas promessas, vemos as mesmas imagens de aldeias destruídas e florestas queimadas e não há consequências para ninguém! Quem é responsabilizado? Esta teia de interesses entre empresas de reflorestação, organizações de bombeiros, negócios ligados à limpeza de terrenos e até entidades públicas tem de ser investigada com urgência.”
A proposta de criação da comissão de inquérito será formalmente entregue nos próximos dias. O partido pretende apurar responsabilidades políticas, administrativas e, eventualmente, criminais, relativamente aos contratos públicos na área da prevenção e combate aos incêndios, à gestão de terrenos ardidos e às ligações entre responsáveis locais e empresas beneficiadas com os fogos.
Este ano, Portugal voltou a registar dezenas de grandes incêndios, com milhares de hectares de área ardida, prejuízos na ordem das dezenas de milhões de euros e várias populações afetadas. Para o CHEGA, a repetição deste cenário já não pode ser atribuída apenas à falta de meios ou ao clima.