Quem é o David Catita e o que o fez entrar na política?
Vivo e trabalho em Beja, como eng. do ambiente na empresa de Alqueva, para além de gerir a exploração agrícola de família. A decisão de aceitar este desafio político tem como base a necessidade de dar um novo rumo a este concelho, dignificando a sua identidade rural, mas em simultâneo, potenciando pessoas e empresas que querem viver e investir em Beja. A falta de opções políticas, que queiram tirar este território da lama vermelha onde está atascado, obriga a que quem quer um futuro diferente tenha de avançar.
Temos de ser os políticos que queremos ter!
Como caracteriza a situação atual de Beja?
O distrito de Beja representa, em simultâneo, o melhor e o pior que a estratégia política realizou nas últimas décadas.
Beja, a capital de distrito governada há 50 anos por socialistas e comunistas, não conseguiu assumir-se como capital do empreendedorismo e do agronegócio, apesar do investimento de Alqueva de mais de 2500 milhões de euros, onde Beja representa o centro estratégico deste espaço em mudança desde 2000.
As diferentes governações autárquicas não tiveram ambição. Na verdade, não quiseram a criação de riqueza nem a melhoria da qualidade de vida, ou por estigma ideológico ou por falta de visão.
Ao longo deste período a autarquia não se esforçou para alterar o PDM de forma radical, numa cidade totalmente rodeada por RAN, sem qualquer margem de crescimento ou expansão.
Em que medida a autarquia poderia ter contribuído para esse crescimento?
Ora vejamos. A RAN (Reserva Agrícola Nacional) tem como objetivo a proteção do uso agrícola de terras com qualidade para tal, mas, depois do investimento brutal em Alqueva, era suposto e desejável que esta transformação agrícola se fizesse com pessoas residentes e com empresas locais, para que este território não seja uma barriga de aluguer e o fluxo financeiro não escorra diretamente para Sevilha.
No entanto, a gestão camarária da cidade não soube ou não quis crescer, não foram criadas zonas industriais para as empresas se estabelecerem, não foram criados bairros habitacionais para que as pessoas vivam com qualidade e a preços acessíveis. A cidade está bloqueada, como uma árvore metida num vaso há 40 anos (com a criação da RAN) e apesar do adubo e da água do investimento de Alqueva, Beja não consegue crescer, retorcendo as suas raízes em opções remendadas e sem futuro.
De que forma o CHEGA pretende alterar a situação?
O CHEGA, no contexto da sua candidatura a Beja vai alterar esta estagnação.
As áreas industriais de Évora ou Portalegre, com cerca de 250ha cada uma, demonstram que a zona industrial de Beja com 70ha é manifestamente insuficiente, e um bloqueio à resposta do concelho de Beja em termos de desenvolvimento do agronegócio potenciado pelo regadio.
Da mesma forma, a candidatura do CHEGA pretende criar verdadeiras áreas de expansão urbanística em redor de Beja e das restantes povoações do concelho.
Parece absurdo que alguém que escolha Beja para viver, neste enorme território rural com mais de 110 mil hectares, tenha de ir morar para um andar caro e apertado, por ausência de bairros para construção de moradias, com jardins, com espaço, com estacionamento e com qualidade de vida, que possam aumentar a oferta e assim reduzir os preços praticados.
Que medidas apresenta para acabar com o isolamento de Beja?
O nosso objetivo fulcral é o fim do isolamento que as outras forças políticas foram permitindo que se apoderasse de Beja, sem ligações rodoviárias para o interior (Espanha) e para o litoral, mas também sem ligações ferroviárias dignas e lógicas, que liguem Beja ao norte e ao sul, sendo atualmente a linha de comboio que serve Beja um beco sem saída, que chega a Beja e tem de voltar para trás, impedindo a sua ligação ao Algarve. Alguém em Beja, que pretenda ir de comboio para Faro, tem de ir quase até Lisboa e só depois segue para Faro, levando 4 horas, quando estava a pouco mais de uma hora, demonstrando que o caminho da descentralização ainda tem muito que percorrer por um interior que não se pode vergar ao abandono, e não pode admitir que todos os investimentos continuem a ir para o eixo entre Lisboa e Porto. A escolha do interior e de Beja para os alunos do ensino superior também devia ser estratégica para um país tão desequilibrado e uma forma óbvia de rejuvenescer Beja.
Relativamente às infraestruturas militares e, principalmente ao Aeroporto de Beja, que medidas apresenta?
Beja tem de ser parte ativa no papel que Portugal assumiu perante a comunidade internacional no contexto do investimento militar. Beja tem importantes infraestruturas do Exército e da Força Aérea, assim como um aeroporto e espaço disponível para aqui receber os investimentos produtivos que Portugal realizará. Este compromisso tem de deixar riqueza em Portugal e Beja tem de estar atenta e preparada para receber estes investimentos, alguns deles também necessários ao futuro agrícola, como os drones, por exemplo.
Beja é um território estratégico que tem tudo para crescer, atrair investimentos e dar condições para as pessoas que queiram aqui viver, estudar e trabalhar, e deixar de ser um dormitório de migrantes ou uma terra sem lei.
Que mensagem final gostaria de deixar aos seus eleitores?
Chegou a hora de Beja, onde quem trabalha ou quem trabalhou tenha a devida recompensa sob a forma de qualidade de vida e o CHEGA estará cá para garantir que Beja mudará para melhor.