Os dados integram o mais recente retrato da pobreza em Portugal, divulgado esta sexta-feira, pela Pordata — a plataforma estatística da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) — no âmbito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
Apesar de uma ligeira descida na taxa global de risco de pobreza, que passou para 16,6% em 2023, o estudo revela que um em cada cinco idosos vive sozinho com rendimentos inferiores a 632 euros mensais ou integra um agregado considerado pobre, segundo o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento.
As famílias monoparentais com crianças continuam entre as mais expostas à pobreza: quase um terço vive com menos de 532 euros mensais por adulto equivalente. Outro grupo particularmente vulnerável é o das pessoas que vivem sozinhas — cuja taxa de pobreza aumentou de 24,9% para 28,6% num ano — uma subida apenas superada pelos agregados com dois adultos e três ou mais filhos.
No mercado de trabalho, os desempregados enfrentam a situação mais crítica: 44% vivem em agregados com rendimentos abaixo do limiar da pobreza. Também entre os reformados a situação se agravou, com a taxa de pobreza a subir de 15,4% para 19,6% entre 2022 e 2023.
Ainda assim, metade das famílias portuguesas registou algum aumento no rendimento mensal per capita, embora este se mantenha abaixo dos 1.054 euros — um crescimento de 14% face a 2009, já tendo em conta o impacto da inflação.
No mesmo ano, o rendimento bruto mensal médio declarado por contribuinte fixou-se nos 1.155 euros líquidos, após impostos. A Área Metropolitana de Lisboa apresentou os rendimentos médios mais elevados (1.375 euros), enquanto a região do Tâmega e Sousa registou o valor mais baixo, com 883 euros mensais.