Já lá vai um tempo, mas não quero deixar esquecer a humilhação e a posição que o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, concedeu a todos os ex-combatentes do ex-Ultramar português, pelas desculpas pedidas a Moçambique, pela guerra Colonial. Devo dizer, em abono da verdade, e porque sou um dos ainda muitos ex-Combatentes que para este senhor e comandita já não deveria haver nenhum, que o que Costa expressou em nome do povo português é uma falácia, uma mentira de todo o tamanho, comparada apenas às do célebre Pinóquio, a mim e a milhares de ex-combatentes, julgo estar certo, este senhor não me representa em nada, e gostaria de ver feito um referendo sobre o assunto, apenas para ver a percentagem dos que concordariam.
O 25 de Abril, serviu sim, para acabar duma vez, com a ida de tropas para Moçambique, Angola e Guiné.
Serei o primeiro a referir, dar a independência justa a esses povos, não cortando as pernas a todos, os que por lá labutavam. Estou em crer, que muitos por lá ficariam, se tudo fosse tratado com verdade.
Serei o primeiro a reconhecer, que o 25 de Abril na sua essência, foi algo de muito bom, para milhares de mães e pais, que viam os seus filhos partirem para terra desconhecida, aí sim, concordo em absoluto.
No entanto, o 26 de Abril foi outro alvorecer, o sentido deixou de existir, passando para um oportunismo político e social, aparecendo os novos ricos deste regime, vivendo à conta daqueles que dizem ter libertado.
Serviu, para que se tente transformar uma sociedade, outrora rica e independente, numa outra onde tudo o que for contranatura, é apanágio de em um viver, de uma sociedade perfeita, onde entendem que a transformação da língua, do género, dos costumes mais naturais e próprios devem ser adotados, principalmente pelos nossos filhos, de forma que deixe de existir a sociedade que conhecemos.
Voltando ao assunto que me levou a escrever isto, pergunto: Pedir desculpa porquê? Nem nós militares ou não, temos dever algum ou consciência suja, para se pedir desculpa, sobre uma guerra, em que a essência era defender a Pátria. Mal ou bem, ela acabou, foi dada a independência a esses povos, o que acho justo, porquê as desculpas. Por desmandos das tropas? Então as desculpas teriam de ser recíprocas, ou acha o Sr primeiro-ministro, que à altura era um garoto, que nunca lá esteve, que do outro lado eram uns anjinhos. Alguma vez este senhor e tantos como ele, visitaram os deficientes das forças armadas? Aqueles cujas pernas foram decepadas, ou os que aparentemente estão sãos, mas transportam o terrível trauma pós-guerra?
Será que António Costa quis imitar os alemães, esses sim, envergonhados do que fizeram aos judeus e por consequência, a Israel, estando ainda a pagar por isso? Pois é, não devia, os portugueses, que labutavam, nas antigas colónias, perderam tudo, no entanto, os Moçambicanos ganharam e muito.
Não eram imigrantes, estavam na sua terra e construíram cidades e vilas, deixaram todo um país, com recursos para a continuação, de um povo feliz, sem depender de ninguém, foi tão bem preparada a entrega, que hoje dependem de todos passando inclusive fome, aí sim António Costa devia pedir desculpa, pela entrega feita pelos seus antecessores.
Será que António Costa quererá, que a Índia peça desculpa aos portugueses, quando eles tomaram a terra de seu pai (Goa, Damão e Diu), pois é, deveríamos pensar nisso.
Para além de tudo o que já escrevi, há algo que o Sr Primeiro Ministro deveria saber, sou realmente daqueles que são para “abater”, ex-combatentes de Moçambique, mas sou também por naturalidade Moçambicana, com orgulho, sendo de nacionalidade portuguesa, da qual não abdiquei ou abdicarei, por lá voltei, 4 vezes, nunca ouvi do povo moçambicano, a exigência dum pedido de desculpas, antes pelo contrário, querem esquecer, fazer a sua vida, e que os ajudem, isso nem é o que têm feito. Porquê remexer num passado triste para os dois povos. Qual a intenção, porque para mim, tudo é intencional. Na fotografia que nos tiram, só ficamos bem, quando justos, coerentes e honestos.