Novo Banco: Conclusão da reestruturação afasta necessidade de nova injeção financeira

O Fundo de Resolução destacou hoje que a conclusão da reestruturação do Novo Banco é “mais um indicador” de que o banco “não deverá necessitar” de mais nenhuma injeção financeira ao abrigo do Acordo de Capitalização Contingente.

“A conclusão da reestruturação do Novo Banco, no qual o Fundo de Resolução mantém uma participação de 19,31%, é […] mais um indicador de que o Novo Banco não deverá necessitar de solicitar mais nenhum pagamento ao Fundo de Resolução ao abrigo do Acordo de Capitalização Contingente”, refere num comunicado divulgado hoje.

Isto, acrescenta, “sem prejuízo do contencioso que atualmente está em curso ou possa ainda existir relativamente às verbas já solicitadas pelo Novo Banco relativamente a exercícios passados e que o Fundo de Resolução considera que não são devidas”.

Segundo salienta o Fundo de Resolução, a informação hoje divulgada pelo Ministério das Finanças de que a Comissão Europeia pretende dar como cumprido o processo de reestruturação do Novo Banco, “confirma a reestruturação bem-sucedida” deste banco.

Conforme recorda, esta reestruturação foi “resultante da execução conjugada do plano de reestruturação acordado em 2017, no âmbito da operação de venda conduzida pelo Banco de Portugal, e dos contratos de venda, designadamente do Acordo de Capitalização Contingente, ao abrigo do qual o Fundo de Resolução transferiu para o Novo Banco menos 485 milhões de euros do que o valor máximo fixado no contrato (3.890 milhões de euros)”.

“A reestruturação do Novo Banco e o Acordo de Capitalização Contingente foram, como mais uma vez fica demonstrado, indispensáveis para a sobrevivência do Novo Banco e para permitir que o banco continue a desempenhar o seu importante papel no financiamento da economia nacional, na captação e guarda de poupanças e na prestação de serviços de pagamento”, enfatiza o Fundo de Resolução.

A Comissão Europeia comunicou hoje ao Estado português a intenção de dar como concluído, por referência a 31 de dezembro de 2022, o processo de reestruturação do Novo Banco, iniciado em 2017, anunciou o Ministério das Finanças.

“Na base da comunicação está a apreciação da Comissão Europeia às conclusões do relatório preliminar do ‘Monitoring Trustee’ (entidade independente que faz o acompanhamento da execução desse plano)”, avançou a tutela em comunicado.

Afirmando que assim se “encerra uma etapa muito importante para a estabilização do sistema financeiro nacional, concluindo-se com sucesso o processo que garantiu a viabilidade desta importante instituição de crédito nacional”, o ministério salienta que “o sistema bancário português inicia um novo ciclo: nenhum banco português se encontra em processo de reestruturação aprovado e monitorizado pela Comissão Europeia”.

Com a conclusão do processo de reestruturação do Novo Banco, o executivo salienta que “deixará de estar em vigor a possibilidade de ativação do mecanismo, subsidiário e excecional, denominado por ‘Capital Backstop,’ previsto na Decisão da Comissão Europeia de 2017”.

“De acordo com este mecanismo, e enquanto vigorasse o plano de reestruturação, o Estado português poderia ser confrontado, ainda que em circunstâncias excecionais, com a necessidade de aportar fundos adicionais significativos. Tal já não poderá vir a suceder”, enfatiza.

Últimas de Economia

A Comissão Europeia estima que os preços da habitação em Portugal estejam sobrevalorizados em 25%, sendo esta a percentagem atual mais elevada na União Europeia (UE), sendo também um dos piores países nas variações no poder de compra.
A Comissão Europeia vai propor esta terça-feira um alívio nas regras de ajudas estatais da União Europeia e limites ao alojamento local para promover acesso à habitação acessível no espaço comunitário, sendo Lisboa uma das cidades comunitárias mais pressionadas.
Dez instituições sociais açorianas não vão pagar o subsídio de Natal aos trabalhadores por dificuldades financeiras devido a atrasos da República nas transferências e o Governo Regional disse hoje que está disponível para ajudar a ultrapassar o problema.
Metade dos pensionistas por velhice recebia uma pensão abaixo dos 462 euros, apesar de a média de 645 euros, segundo dados analisados por economistas do Banco de Portugal (BdP), que assinalam ainda as diferenças entre géneros.
O número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais aumentou 4,7% até outubro, face ao mesmo período de 2024, para 63,869 milhões, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo um relatório do INE realizado em 2025 sobre rendimentos do ano anterior indicam que 15,4% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2024, menos 1,2 pontos percentuais (p.p.) do que em 2023.
As exportações de bens caíram 5,2% e as importações recuaram 3% em outubro, em termos homólogos, sendo esta a primeira queda das importações desde junho de 2024, divulgou hoje o INE.
O número de trabalhadores efetivamente despedidos em processos de despedimentos coletivos aumentou 16,4% até outubro face ao período homólogo, totalizando os 5.774, superando o total de todo o ano passado, segundo os dados divulgados pela DGERT.
Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,5% em outubro face ao mesmo mês do ano passado, com a mão-de-obra a subir 8,3% e os materiais 1,3%, de acordo com dados hoje divulgados pelo INE.
Os consumidores em Portugal contrataram em outubro 855 milhões de euros em crédito ao consumo, numa subida homóloga acumulada de 11,3%, enquanto o número de novos contratos subiu 4%, para 157.367, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).