Os surfistas portugueses Frederico Morais e Teresa Bonvalot estão confiantes numa boa prestação na prova do circuito principal da Liga Mundial de Surf (WSL) em Peniche, querendo aproveitar o bom conhecimento das ondas de Supertubos.
“É ótimo estar de volta. Se há um campeonato de que eu tenho saudades no ‘tour’ [circuito de elite] é Supertubos. Competir à frente dos portugueses é incrível. Adorava fazer história e quero fazer história. Desta vez estou sem a pressão dos pontos”, lançou ‘Kikas’ durante a conferência de apresentação do evento.
Além de Frederico Morais, as surfistas portuguesas Teresa Bonvalot e Yolanda Hopkins também foram convocadas pela WSL para competir na prova feminina desta terceira etapa do circuito mundial.
“Sabe muito bem competir em casa. É algo novo para mim [no circuito principal]. É aqui que quero estar e estou supermotivada para poder ter esta experiência”, afirmou Teresa Bonvalot, que também marcou presença na conferência, ao contrário da colega Yolanda Hopkins.
A volatilidade das previsões da ondulação e do vento dificultam que se antecipem as condições que os melhores surfistas do mundo vão enfrentar em Peniche, mas há boas perspetivas para o período de espera do MEO Rip Curl Pro, que decorre entre 08 e 16 de março.
“Acho que vamos ter boas ondas. As previsões estão sempre a mudar, mas acredito que vamos ser brindados com coisa boa”, arriscou Frederico Morais, que em 2013 venceu em Supertubos o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater e, em 2015, alcançou o quinto lugar no evento de Peniche.
Por seu turno, Francisco Spínola, diretor-geral da WSL para a Europa, Médio Oriente e África (EMEA), comentou que as previsões para as condições em que a prova vai decorrer “estão a melhorar” nos últimos dias, sublinhando que o objetivo é que a 13.ª edição do campeonato de Supertubos, única paragem do circuito de elite na Europa, seja “um sucesso como foram todas as outras”.
E, pela vontade de Henrique Bertino, presidente da Câmara Municipal de Peniche, a aposta nesta prova é para manter: “É um evento que, além de alcançar milhões de pessoas, agrega muitas simpatias pelas preocupações que tem com o mar e o ambiente. Continuamos a apostar muito nesta prova. Queremos continuar a recebê-la durante muitos anos”.
Já Filipa Cardoso, diretora de comunicação do Turismo de Portugal, destacou a importância da modalidade para a economia lusa, já que o país é “o maior destino de surf da Europa e um dos maiores do mundo”, além de que “90% do território português é oceano”.
Frederico Morais, tricampeão nacional (2013, 2015 e 2020), vai ‘matar saudades’ do circuito mundial, onde já competiu vários anos (foi despromovido na última época), tendo sido o eleito para ocupar uma das duas vagas por convite no quadro masculino.
A olímpica Teresa Bonvalot, tetracampeã portuguesa (2014, 2015, 2020 e 2022), beneficiou do estatuto de primeira suplente do circuito feminino de elite e, face à desistência por lesão da francesa Johanne Defay, vai participar no MEO Rip Curl Pro, terceira etapa do circuito principal da WSL, tal como já tinha acontecido nas duas primeiras etapas disputadas no Havai, Pipeline (nono lugar) e Sunset Beach (17.º).
Por seu turno, Yolanda Hopkins, campeã nacional em 2019, e que também representou Portugal na estreia do surf nos Jogos Olímpicos (Tóquio2020), tendo conquistado recentemente o título de campeã europeia – sucedendo precisamente a Bonvalot -, foi selecionada pela organização para surfar ao lado das melhores do mundo em Peniche, ocupando a única vaga reservada para ‘wildcard’ (convite) no quadro feminino.