O presidente do CHEGA colocou hoje como fasquia superar o Partido Social-Democrata (PSD) em número de votos nas próximas eleições legislativas e liderar o próximo Governo de Portugal sem necessitar da Iniciativa Liberal (IL).
“Nada nos impede, e a história recente europeia mostra isso bem, que se estivermos nos 12, 14 ou nos 15% como estamos nalgumas sondagens, possamos galgar a margem que ambicionamos e superar o PSD em votos nas próximas eleições”, disse André Ventura, na sua intervenção no 13.º Conselho Nacional, que decorreu em Cantanhede, no distrito de Coimbra.
O dirigente partidário comentava desta forma a recente entrevista do Presidente da República, que afirmou existir uma maioria aritmética de direita em Portugal, mas não política, e que as atuais intenções de voto no PSD indiciam “uma alternativa fraca na liderança”.
Numa mensagem para o interior do partido, André Ventura lançou o repto aos dirigentes e militantes para que “deixem de pensar como é que vamos fazer o acordo com o PSD, se eles vão aceitar ou não, ou que ministérios e que tipo de políticas vamos fazer”.
“A nossa luta não é essa. A nossa luta nos próximos anos tem de ser a de mostrar aos portugueses que somos a alternativa que verdadeiramente queriam e não se o PSD e o CHEGA se vão entender ou se o PSD vai permitir que o Chega seja parceiro de Governo”, sublinhou.
Bastante aplaudido, o presidente do CHEGA afirmou que o partido “vai ser o mais votado das próximas eleições legislativas e liderar esse Governo de direita em Portugal”, salientando que não precisam da IL “para nada”.
“Desde quando vamos precisar da IL para alguma coisa”, enfatizou.
Numa análise à situação política do país, André Ventura voltou a criticar o “passa culpa” de PS e PSD na questão financeira da TAP e lembrou que o CHEGA foi o primeiro partido a propor uma comissão de inquérito para analisar a situação.
“Se houve negócios obscuros na TAP vamos exigir respostas e responsabilidades, seja de que partido for, foi dinheiro dos portugueses. O processo e a trapalhada da nacionalização, da reprivatização e do meio-meio levou-nos a perder dinheiro de forma inconcebível”, disse.
O líder do CHEGA voltou a defender penas mais duras para pedófilos ou abusadores de crianças, a propósito dos recentes casos divulgados no seio da Igreja Católica Portuguesa, considerando que “pedófilo bom é pedófilo preso”, mas realçou também as responsabilidades do Estado no antigo processo da Casa Pia.
Relativamente à subida dos produtos alimentares em Portugal, André Ventura criticou as margens de lucro “inaceitáveis” e apelou a uma fiscalização sem tréguas nos preços dos produtos alimentares.