Pelo menos 74 pessoas morreram, 66 no Maláui e oito em Moçambique, devido ao regresso do ciclone Freddy à África Austral, fazendo uma trajetória em arco raramente observada pelos meteorologistas, segundo os dados hoje divulgados.
O ciclone tropical Freddy deixou 66 mortos, 93 feridos e 16 desaparecidos no Maláui, afetando mais de 2.115 pessoas”, segundo indicou num novo balanço a Cruz Vermelha, que participa em missões de busca e resgate naquele país.
Em Moçambique, pelo menos oito pessoas morreram devido à passagem do ciclone na província da Zambézia, segundo dados preliminares avançados pelo Ministério da Saúde.
Do número total de óbitos, sete ocorreram na cidade de Quelimane, a capital provincial, e um no distrito de Mocuba, disse à comunicação social na província da Zambézia o ministro da Saúde, Armindo Tiago.
“Há também uma considerável destruição de infraestruturas”, frisou o ministro.
O ciclone Freddy já perdeu força e é agora uma tempestade tropical, mas ainda assim deverá provocar chuva intensa até quarta-feira no centro de Moçambique.
Vários bairros da cidade de Quelimane estão sem energia e telecomunicações.
É a segunda vez que este ciclone, descrito como “fora da norma” pelos meteorologistas, se abate sobre Moçambique, depois de um primeiro embate em 24 de fevereiro, provocando 10 mortes devido a condições adversas durante vários dias.
O Freddy já é um dos ciclones mais duradouros e que realizou uma trajetória mais longa nas últimas décadas, percorrendo mais de 10.000 quilómetros desde que se formou no norte da Austrália, em 04 de fevereiro, e cruzou o oceano Índico até ao sul do continente africano.
O ciclone atingiu pela primeira vez a costa leste de Madagáscar em 21 de fevereiro e, depois de atingir Moçambique, regressou à ilha a 05 de março, onde quase 300.000 pessoas foram afetadas e 17 morreram, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas.