Todos contra um: CHEGA isolado a pedir controlo sobre imigração

© Folha Nacional

O Parlamento discutiu, na quarta-feira, o tema da Imigração e da Segurança a pedido do partido CHEGA na sequência do ataque ao Centro Ismaili, em Lisboa, a 28 de março que resultou na morte de duas mulheres, deixando ainda um homem em estado grave.

No arranque do debate, o presidente do CHEGA sublinhou os problemas que a “política de portas abertas”, no que diz respeito à entrada de imigrantes e refugiados em Portugal, tem gerado no país.

Foram recordados os casos dos imigrantes a viver em tendas, dos que são vítimas de exploração laboral e dos que morreram num incêndio na Mouraria devido à sobrelotação das casas em que vivem.

“Esta política de imigração não faz sentido e precisa de ser alterada”, fincou André Ventura, lembrando que “entram em Portugal milhares de imigrantes atraídos por falsas propostas de trabalho”.

Para o líder do terceiro maior partido português, a política de portas abertas leva a uma “falsa integração” baseada num “falso humanismo e numa falsa segurança” que coloca em risco, não só os portugueses, como os próprios imigrantes que vivem sem as condições mínimas.

Dirigindo-se ao ministro da Administração, José Luís Carneiro, que estava presente no debate, André Ventura questionou a veracidade de notícias vindas a público e que estabelecem uma relação entre o homicida do Centro Ismaili e o radicalismo islâmico.

“Os serviços de segurança dizem que este homem tem ligações ao Estado Islâmico. Isto é verdade? Outras notícias dizem que os talibãs entraram em contacto com o agressor e que o mesmo é suspeito de matar a própria mulher na Grécia. Isto é verdade?”, questionou o Presidente do CHEGA.

Contudo, o ministro recusou-se a responder às questões colocadas, optando, tal como referido por Ventura, por fazer uma “homilia”, o que levou, inclusive, André Ventura a fazer uma interpelação à mesa pedindo ao presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que instigasse o ministro a responder às perguntas que lhe eram colocadas, uma vez que ali se encontrava para esclarecer os partidos, mas tal não surtiu efeito.

Ao longo do debate, o ministro da Administração Interna foi ainda confrontado com a afirmação do diretor nacional da PSP, Magina da Silva, de que já se estava “de certa forma à espera” de uma “ocorrência com um atacante ativo”.

“Por que é que foi possível dizer que já estávamos à espera que pudesse acontecer? Por uma razão muito simples: porque todos os dias desde há muito que as nossas forças de segurança trabalham nos cenários das ameaças e dos riscos”, argumentou o ministro.

O ministro da Administração Interna, que não respondeu às perguntas do CHEGA, limitou-se a referir que Portugal é “um país acolhedor”, mas com “fronteiras reguladas e seguras”.

Os partidos das restantes bancadas colocaram-se ao lado do Governo, acusando o CHEGA de “oportunismo” por querer saber de que forma são controlados e acompanhados os imigrantes e refugiados que chegam a Portugal, o que levou André Ventura a acusá-los de quererem “branquear” um crime grave, “varrendo para debaixo do tapete os problemas desta política de imigração” e “transformando o agressor em vítima, ignorando as duas verdadeiras vítimas que foram as duas mulheres que perderam a vida”.

 

Últimas de Política Nacional

Cerca de cem delegados vão debater o futuro do SNS e definir o plano de ação da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) para os próximos três anos no congresso que decorre no sábado e domingo, em Viana do Castelo.
Portugal submeteu hoje à Comissão Europeia o oitavo pedido de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com a comprovação de 22 marcos e metas.
O candidato presidencial e Presidente do CHEGA, André Ventura, reafirmou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que o partido vai entregar no parlamento um voto de condenação ao discurso do Presidente de Angola, João Lourenço, proferido nas comemorações do 50.º aniversário da independência angolana.
O Grupo Parlamentar do CHEGA apresentou na Assembleia da República um projeto de resolução que recomenda ao Governo a suspensão imediata do Manual de Recomendações Técnicas Relativo ao Acompanhamento de Pessoas Transgénero Privadas de Liberdade, aprovado em 2022.
O presidente do CHEGA acusou hoje o PS de “traição ao povo português” por requerer ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva da constitucionalidade da Lei da Nacionalidade e apelou à celeridade da decisão.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recomendou hoje o alargamento do acordo entre operadores de televisão para realizar os debates presidenciais, depois da queixa apresentada pela Medialivre, dona do Correio da Manhã.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse hoje que dado o investimento que é feito no setor, este já devia ter evoluído mais, atribuindo essa falta de evolução à forma como está organizado, daí a necessidade de reformas.
Em visita à Feira Nacional do Cavalo, na Golegã, André Ventura, candidato presidencial apoiado pelo CHEGA, afirmou que o mundo rural “deveria ter muito mais importância no debate político” e sublinhou a necessidade de defender “os grandes símbolos do país rural”, que considera frequentemente esquecidos pelas forças políticas do sistema.
O CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que pretende que estrangeiros não residentes, sem seguro ou qualquer acordo internacional, passem a assumir os custos dos cuidados de saúde prestados no Serviço Nacional de Saúde
A série de entrevistas da RTP aos candidatos presidenciais já permite tirar uma primeira conclusão: André Ventura foi o candidato que mais espetadores atraiu, segundo dados divulgados pela RTP ao Observador, que avançou os números.