Montenegro desafiado a “desamarrar-se do PR” sobre soluções de Governo

©Folha Nacional

O líder do CHEGA apelou hoje ao Presidente da República para não ser “oposição à oposição” e desafiou Luís Montenegro a “desamarrar-se” de Marcelo Rebelo de Sousa e a decidir autonomamente sobre soluções de governo à direita.

Acho que não precisamos de ser doutorados em mensagem política para percebermos que há uma articulação entre Luís Montenegro e o Presidente da República e que o Presidente da República obrigou Montenegro — e obrigou é mesmo a palavra, e eu mantenho-a — a dizer que com o CHEGA não” haverá acordos de governo, afirmou o líder do CHEGA.

Falando aos jornalistas em Évora, no encerramento das terceiras jornadas parlamentares do CHEGA, André Ventura considerou que o presidente do PSD “se arrependerá a breve trecho” de dizer “que as alternativas são o PS ou uma parte da direita e nunca toda” porque “o que disse aos portugueses foi para não contarem com estabilidade à direita”.

“Tudo certo, cada um submete-se ao que se quer submeter, é importante é que não se minta ao país”, salientou

“O PSD tem de se desamarrar do Presidente da República e perceber o que quer autonomamente”, desafiou, apontando que o “PSD ou quer governar com o PS ou com o CHEGA”.

O presidente do CHEGA considerou que Marcelo Rebelo de Sousa “é um analista político proeminente, assertivo, claro, e que gosta desse jogo”.

“Só que o país não é um jogo, o futuro da direita não é um jogo e nem o doutor Luís Montenegro nem eu próprio somos joguetes”, alertou, defendendo que “o Presidente não pode um dia pedir uma alternativa e depois estar sempre a minar essa alternativa”.

E apontou que o Presidente da República “não pode ser uma oposição à oposição” e “tem de deixar claro que em caso de eleições ou de dissolução da Assembleia da República não vai obstacularizar a solução que aritmeticamente parece ser a única possível”.

Antecipando a audiência de quarta-feira no Palácio de Belém, Ventura defendeu que o Presidente da República “tem, de uma vez por todas, de dizer se está ou não a ser um obstáculo à constituição de um governo de direita que inclua o CHEGA”, apontando que nunca isso lhe foi transmitido diretamente.

“Amanhã questionarei o Presidente da República, certamente que não vou ao Palácio de Belém para falar da data das eleições europeias”, afirmou, numa alusão às declarações do líder do PSD à saída da audiência de hoje com Marcelo Rebelo de Sousa.

André Ventura defendeu ainda que Luís Montenegro “aritmeticamente é o líder da oposição” porque “o PSD é o maior partido da oposição, mas há uma diferença entre ser o maior partido da oposição e ser o líder da oposição e se há coisa que o PSD não tem sido no parlamento é o líder da oposição”.

Últimas de Política Nacional

O candidato presidencial André Ventura afirmou hoje que pretende participar na reunião do Conselho de Estado convocada para dia 09 de janeiro, mas renovou o apelo para que, “em nome da igualdade”, o encontro seja adiado.
O Presidente da República (PR) anunciou hoje a criação de centros de elevado desempenho na área de obstetrícia e ginecologia, esperando que venha a permitir respostas “sistemáticas e rigorosas” e que os “consensos mínimos” em termos laborais sejam uma realidade.
O candidato presidencial e líder do CHEGA, André Ventura, fez hoje um “apelo final” ao Presidente da República para que adie a reunião do Conselho de Estado para a semana seguinte à segunda volta das presidenciais.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prometeu hoje a proibição dos maquinistas conduzirem sob o efeito do álcool, estupefacientes ou substâncias psicotrópicas.
O candidato presidencial e líder do CHEGA considerou hoje a mensagem de Natal do primeiro-ministro "pouco feliz e pouco empática" por não falar da situação na saúde, desafiando os seus adversários para um debate sobre o tema.
O conselho diretivo de cada Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) vai passar a ter cinco vice-presidentes indicados pelo Conselho de Ministros, segundo um decreto-lei publicado.
O Presidente da República criticou hoje a demora do parlamento em eleger os conselheiros de Estado, frisando que já espera há seis meses, e disse ter convocado uma reunião do órgão consultivo porque a Ucrânia “é um tema fundamental”.
Candidato presidencial recorre da decisão que manda retirar cartazes com a frase “Os ciganos têm de cumprir a lei” e acusa os tribunais de impor uma ‘mordaça’ à liberdade de expressão em campanha eleitoral.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou o Conselho de Estado para 9 de janeiro para analisar a situação internacional e, em particular, na Ucrânia. A informação consta de uma nota divulgada esta terça-feira no site da Presidência da República.
Exigir que todos cumpram a lei passou a dar multa. O Tribunal Local Cível de Lisboa mandou retirar os cartazes de André Ventura e proibiu o candidato presidencial de repetir a mensagem, numa decisão que Ventura considera ser censura política.