O conturbado presente em que nos é dado viver mostra que a sociedade está doente. E uma doença tenebrosa. O diagnóstico, esse, há muito que está feito: loucura.
Nessa loucura em que o Ocidente está mergulhado, travestida da cultura do «cancelamento» e do «wokismo», as obras de literatura mundial, verdadeiros tesouros da Humanidade, são alvo de perseguição doentia.
Os livros de Agatha Christie, por exemplo, e segundo os loucos, têm de ser reescritos, porque os arautos do wokismo os acham politicamente incorrectos e anti-inclusivos. Estes livros juntam-se à lista de obras que vão ser reescritas para excluir descrições físicas, referências étnicas e eventuais termos que possam parecer insultuosos aos «polícias dos costumes»: os agentes wokistas. Repare-se que o mesmo já tinha acontecido com outros autores.
Esta elite pseudo-intelectual de pacotilha, entende que pode alterar o texto dos autores a seu bel-prazer, para satisfazer as agendas dos costumes, esquecendo que há uma obra literária que importa respeitar na pessoa do seu autor e na época em que surgiu. Já não se trata de uma mera doença, mas temo que tudo isto se torne um crime de adulteração dos trabalhos literários.
Já agora, para a semana vão reescrever os livros infantis da Anita ou do Noddy com versões «inclusivas» da moda do «arco-íris»?
Segundo esta malta, há aqui uma campanha de profilaxia e de «higienização inclusiva». Para os mais distraídos, estamos perante gente perigosa, que não está preocupada em proceder a uma campanha de revisionismo estético, protecção de pessoas sensíveis ou crianças a conteúdos chocantes. Isto é censura pura e dura e uma campanha pela estupidificação geral através da loucura. E uma loucura que nos arrasta a todos.
Esta cegueira da narrativa wookista é, fundamentalmente, de esquerda. E isto deve ser escrito com toda a clareza. Afinal, as «não-esquerdas», normalmente, têm coisas mais importantes para discutir para o país do que a imbecilidade de alterar obras literárias, casas de banho sem género, de defender uma linguagem neutra, defender a explosão de monumentos históricos, a destruição de pinturas e de obras de arte de outros tempos.
Outro assunto a que esta malta gosta de dedicar-se, normalmente, é a condenar o passado. O tema da «escravatura», como sabemos, é recorrente, para essa condenação colectiva a que tentam sujeitar os Portugueses, em geral, e os ocidentais, em particular.
Mas será que vão obrigar os romanos a indemnizar Portugal pelas invasões levadas a cabo pelo império romano e pelo processo da romanização?
No caso dos árabes, vão exigir uma indemnização pela invasão da Península Ibérica?
Pelo que se percebe, a islamização foi uma maravilha. Foi e é. A ocidentalização africana é que foi má. Esta gente anda doente. E é tão selectiva na sua agenda, que não percebe o ridículo das suas posições. A não ser que conte com o sonambulismo do Ocidente que teima em não reagir de modo organizado e disciplinado.
Nesta doentia campanha, todos os dias anunciam um «cancelamento». Amanhã, se não tivermos cuidado, será o Gil Vicente, o Camões ou o Eça. E o Bocage, claro.
Nesta senda, já quiseram dinamitar o padrão dos descobrimentos, destruir os monumentos antigos, mudar o nome das ruas, como mudaram os nomes das pontes, praças e avenidas. Amanhã vão abolir os nomes dos hospitais de Santo António, São João, Santa Maria, etc. porque invocam nomes religiosos e vão exigir nomes «neutros». O mesmo critério para os nomes das terras, cidades e distritos.
Regressando à História e aos vergonhosos ataques a que esta está a ser sujeita, alguns preferem esquecê-la, outros querem adaptá-la aos seus delírios politicamente correctos, eu espero que outros escolham estudá-la, honrá-la e prestar a homenagem devida àqueles que vieram antes de nós. É assim que espero que seja combatida a doença mental que, se não houver cuidado, destruirá o Ocidente e a nossa Civilização Cristã Ocidental.