O CHEGA e as autonomias

O CHEGA é, por definição, um partido dirigido para o Povo, e, a cada dia que passa, uma organização eminentemente popular, de natureza interclassista e cuja acção é orientada pela defesa intransigente do Interesse Nacional. Situado numa linha reformista, o partido tem afirmado o seu desejo de transformar a nossa sociedade em harmonia com o querer dos portugueses, respeitando os seus Valores e Sentido Histórico, e, à luz destas noções, tem lutado por implementar um movimento de salvação nacional que mobilize os portugueses para vencer o desânimo e a pobreza para a qual foram conduzidos pela demagogia, oportunismo e corrupção dos tantos que se têm servido da política para satisfação dos seus interesses pessoais.

Porque o projecto político do CHEGA não se coaduna com a ideia de uma organização de elite e condutora de massas manipuladas (que tem sido tão promovido pelos partidos da extrema Esquerda e do arco da governação), é fundamental que o partido continue a pugnar pela sua implantação territorial em toda a nação, solidificando a sua identidade política, a qual continuará assente nas noções de que o fim principal do poder político é o serviço da pessoa e de que estar na política não vale como título, mas como uma oportunidade para servir os outros.

Durante demasiado tempo, o PSD-Madeira e o PSD-Açores trataram a Autonomia da mesma forma como o PCP e o BE tratam o 25 de Abril, ou seja, como uma espécie de património político privado. Para tal, beneficiaram da inabilidade do PS-Madeira e do PS-Açores, os quais, ancorados na incompetência da sua estrutura nacional, nunca souberam assumir um discurso próprio, que os diferenciasse daqueles que, em certos círculos, não conseguem suster a sua aversão ao facto dos madeirenses e dos açorianos terem sabido construir Portugal no Atlântico. Todavia, neste momento, o contexto político mudou, pois a negligência com que as estruturas regionais dos sociais-democratas têm gerido a questão da Autonomia abre a porta para que, através de Miguel Castro, na Madeira, e José Pacheco, nos Açores, o CHEGA assuma o combate político contra centralismos anacrónicos e a defesa sincera das legítimas reivindicações insulares, expressas no âmbito do direito à diferenciação, que está previsto no princípio do Estado Unitário.
Assim sendo, é importante que o CHEGA continue a aprofundar a sua posição quanto a um número de assuntos que são relevantes para as sociedades das ilhas e para as lutas que as estruturas regionais do partido lá enfrentam, entre os quais a possibilidade da criação de um sistema fiscal próprio nas regiões, o reforço da posição dos estatutos político-administrativos, a capacidade de realização de referendos regionais, a redefinição das fronteiras entre as áreas legislativas de actuação da república e das regiões autónomas, os custos associados ao transportes de passageiros e mercadorias entre as autonomias e a região continental, as ligações dos governos regionais a certos grupos económicos e até a existência da figura do Representante da República. Porque o discurso político do partido nas duas regiões autónomas tem de reflectir, além dos grandes temas nacionais, as idiossincrasias locais, a verdadeira implantação do CHEGA naquelas zonas muito beneficiará da continuidade da sua predisposição para ouvir as populações das ilhas e integrar as suas aspirações no seu discurso político.
Estamos num momento da nossa história em que os portugueses estão fartos dos malabarismos que os partidos do poder têm feio para a ele se manterem agarrados, da corrupção, do compadrio, dos negócios obscuros e dos planos de resgate que são pagos pelos mesmos de sempre. Face a esta crise nacional e a um país à deriva, em que se fraccionou ao extremo o sentido de Interesse Nacional para ser substituído por uma política do ‘salve-se quem puder’, as populações esperam que o CHEGA lhes traga uma esperança nova e que continue a se interessar genuinamente pelas carências da sua vida. Quer seja nas regiões autónomas ou na parcela continental da República, cabe ao CHEGA continuar a trabalhar e a mobilizar os esforços de todos quantos acreditam para construir um país novo, humano e justo – e não um país apenas para alguns.

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