Conversa entre Xi e Zelensky mostra responsabilidade da China

A conversa por telefone entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, “demonstra responsabilidade” e o “sincero desejo da China” de promover uma “solução política” para a guerra, defendeu hoje um jornal oficial.

Em editorial, o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, considerou que o diálogo prova que a China, “como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e como grande potência responsável, deseja promover uma solução política com sinceridade e sem interesses próprios”.

“A China está firmemente do lado da paz e do diálogo” e “está sempre do lado correto da História”, defendeu o jornal. “Tanto a Rússia como a Ucrânia saudaram os nossos esforços para promover a paz, e as potências europeias também esperam que desempenhemos um papel maior”, lê-se no editorial.

Xi Jinping reclama um papel maior para a China na resolução de questões internacionais. Num triunfo para o líder chinês, o Irão e a Arábia Saudita anunciaram, no mês passado, em Pequim, um acordo para restabelecerem as relações diplomáticas, cortadas por Riade em 2016.

Vários líderes europeus, incluindo o Presidente francês, Emmanuel Macron, a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, visitaram Pequim, nas últimas semanas, visando encorajar a China a usar a sua influência junto de Moscovo para pôr fim ao conflito.

Referindo que “até a Casa Branca saudou o telefonema [entre Xi e Zelensky]”, o Global Times lembrou que o reconhecimento internacional “ressalta o valor especial dos esforços da China numa situação tão complexa e em mudança”.

“A China pode comunicar diretamente com todas as partes envolvidas, procurar consenso e receber respostas positivas”, apontou o jornal.

A mediação de Pequim é possível porque a “China sempre aderiu a uma posição objetiva e justa, e demonstrou a sua responsabilidade como grande potência”, acrescentou. “Este papel e influência não podem ser substituídos no mundo de hoje”.

A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação “sem limites” com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim culpou o alargamento da NATO pelo conflito e acusou o Ocidente de “alimentar as chamas” ao fornecer à Ucrânia armas defensivas.

Foi a primeira vez que Xi falou com Zelensky desde o início da invasão russa da Ucrânia, apesar de ter reunido por várias vezes com o homólogo russo, Vladimir Putin.

Xi disse ao líder ucraniano que a China vai enviar um representante especial para os assuntos da Eurásia para a Ucrânia e outros países, com o objetivo de “lançar uma comunicação profunda com todas as partes visando encontrar uma solução política para a crise”.

Destacou também que a “evolução complexa da ‘crise’ na Ucrânia” teve um grande impacto na situação internacional, ao mesmo tempo que garantiu que o seu país “sempre esteve do lado da paz”.

O presidente chinês explicou ao homólogo ucraniano que o “respeito pela soberania e integridade territorial” é a “base política” das relações entre Pequim e Kiev e transmitiu o seu desejo de “promover o desenvolvimento da parceria estratégica entre os dois países”.

Últimas de Política Internacional

"As medidas de emergência atualmente em vigor que proíbem a venda e distribuição de supressores de puberdade passam a aplicar-se por tempo indeterminado, na sequência do parecer de médicos especialistas", afirmou o Governo britânico.
A câmara baixa do parlamento suíço aprovou hoje por 168 votos a favor e seis contra a proibição do movimento palestiniano Hamas no país nos próximos cinco anos, informou a agência de notícias suíça Keystone-ATS.
O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, admitiu hoje que as negociações de paz na Ucrânia poderão começar até ao final do ano.
Os ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia (UE) iniciam hoje, em Bruxelas, as discussões sobre as possibilidades de pesca para 2025, negociações que, na terça-feira, se deverão prolongar noite dentro.
O Kremlin acusou hoje o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de "recusar negociar" com Vladimir Putin o fim do conflito na Ucrânia, exigindo mais uma vez que Kiev tenha em conta "as realidades no terreno".
O Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, anunciou hoje que não vai envolver o seu país na crise na Síria - com a ofensiva lançada por rebeldes contra o regime - e culpou o ex-Presidente Barack Obama pela situação.
O líder da maior contestação aos resultados eleitorais em Moçambique é um pastor evangélico que passou pelos principais partidos de oposição, mas se rebelou para abrir uma “frente independente” contra a “máquina” que governa Moçambique há meio século.
Uma manifestação contra o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, começou hoje em Seul defronte da Assembleia Nacional da Coreia do Sul, antes da sessão parlamentar destinada a aprovar a demissão do chefe de Estado pela aplicação da lei marcial.
O ministro do interior da Jordânia anunciou hoje o encerramento do posto fronteiriço de Jaber com a Síria, devido às "condições de segurança" no país após a ofensiva contra o governo de Bashar al-Assad, informaram fontes oficiais.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, voltou hoje a exigir a Bruxelas que desbloqueie fundos europeus e ameaçou com um eventual travão ao próximo grande orçamento da União Europeia.