Referir que o partido CHEGA é xenófobo e racista parece ser um dado adquirido para uma classe jornalística subserviente e pouco dada à investigação. Nunca em tempo algum o CHEGA se declarou xenófobo ou mesmo racista para com os imigrantes.
Em Portugal não há nenhuma raça branca ou ariana. A Península Ibérica é um espaço de abertura e liberdade. O cruzamento com fenícios e gregos deixou-nos muito mais ricos que pobres. Dos romanos recebemos uma língua, uma cultura e uma ideia de civilização. Nas invasões bárbaras não foram eles que nos venceram e dominaram, fomos nós que os conquistámos e dominámos com a nossa língua e cultura. Os mouros enriqueceram a língua, a ciência e o património cultural. Portugal é uma obra política que representa a grandeza dos homens que por aqui viveram e vivem. Portugal nasceu de costas voltadas para o continente europeu e foi à procura do Oceano Atlântico. Foi assim que ultrapassou o Trópico de Câncer e continuou a sua obra de engrandecimento e evangelização. Chegamos a África, ao Brasil, à Terra Nova, a Timor e talvez até à Austrália. O Império Português foi um espaço de alguma tolerância e em que a miscigenação e a aculturação tiveram um papel de destaque nunca visto noutros impérios coloniais. A sociedade brasileira é a prova viva desta realidade. Portugal nunca foi um país de uma só raça. Tivemos adversários e inimigos, mas eram nações e nunca povos ou raças.
Como sabemos a III República Portuguesa vive hoje uma crise demográfica e social que só encontra paralelo no turbulento século XIX português. Somos uma das sociedades mais envelhecidas da Europa e do Mundo. Precisamos desesperadamente de inverter este rumo sob pena de desaparecimento como nação e espaço económico. Aqui entram as políticas para a imigração e para o aumento da natalidade que quase sempre acabam por estar interligadas. Aqui devemos centrar o debate nos imigrantes que pretendemos e onde e como os devemos atrair, importa referir que embora a Europa esteja em declínio populacional todos os outros continentes continuam a crescer demograficamente.
O Islão sempre fez parte da sociedade portuguesa. A sua presença foi-se atenuando ao longo dos séculos tal como a judaica. No entanto é bom referir que o Estado Novo patrocinava viagens a Meca na Haj (peregrinação a Meca) em Moçambique e na Guiné Bissau. O Islão é um movimento político-religioso, portador de uma ideologia totalitária, que abrange e invade todos os espaços individuais e públicos das pessoas. Sempre se caracterizou pela expansão violenta, intolerante e militar. É um corpo ideológico dotado de uma proposta indiscutível e redentora, não olhando a meios para atingir fins. O conceito de Islão moderado é uma completa contradição. O Islão exclui e não admite qualquer atributo ou adjetivação. Historicamente está dividido nas suas três correntes: Sunita, Xiita e Ibadita. No entanto todas elas estão divididas em múltiplas escolas corânicas (Madhhab). A Lei Islâmica (Charia) é usada em muitos territórios e países de forma legal. A Charia é a referência absoluta: aquela que esmaga e anula qualquer ideia de autonomia individual. É bom referir que a radicalização do Islão não é de agora, remonta ao século XVIII, ao Wahhabismo ou Salafismo no Islão Sunita, tão presente hoje na Médio Oriente. Na Pérsia Xiita o conservadorismo chegou apenas no século XX com a Revolução Islâmica no Irão. A raiz do Islão mergulha numa visão reducionista, totalitária e universalista de um grupo tribal da Arábia, que pretendeu impor os seus costumes e leis, codificados no Alcorão, a todos os povos da terra.
Que imigração e imigrantes pretendemos para Portugal? Que sociedade pretendemos construir? Queremos uma sociedade com os valores da ultraconservadora família Saudita e dos Ayatollah iranianos, ou uma sociedade com os valores do direito romano e da matriz judaico-cristã?