Crise migratória deve ser combatida nos países de origem, aponta Meloni

©facebook.com/giorgiameloni

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, defendeu hoje que o problema da imigração para a Europa tem de ser combatido nos países de origem dos migrantes.

“Realizar uma cooperação não-predatória com os países africanos também é a mais importante ferramenta para combater a crise migratória”, sublinhou Meloni em declarações à imprensa após um encontro com o seu homólogo checo, Petr Fiala, em Praga.

“O inteligente e perspicaz primeiro-ministro Fiala compreende que esta questão deve agora inevitavelmente ser abordada ao nível europeu, e antes que invada o território europeu”, prosseguiu.

A forma “mais séria” de resolver este problema, afirmou Meloni, é a União Europeia (UE) concentrar-se em fortalecer a dimensão externa “trabalhando numa forte política de retornos, e em conjunto com os países de origem e de trânsito, para garantir um direito que nem sempre tem sido assegurado: o direito a não ser forçado a fugir em busca de condições de vida mais favoráveis”.

“Isto exige ações concretas da parte da Comissão Europeia, e esperamos que as adotem antes do próximo Conselho Europeu, que irá debater esta questão”, concluiu a chefe do Governo italiano, o mais à direita de Itália desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Hoje, a polícia italiana deteve 29 presumíveis traficantes de pessoas, ao desmantelar uma rede transnacional que durante anos transportou migrantes ilegalmente para Itália por mar e depois os encaminhava por terra para o norte da Europa, indicaram as autoridades.

A investigação de quase quatro anos foi liderada por procuradores do Ministério Público da Calábria, o “dedo do pé” da península itálica, onde muitos desses migrantes desembarcam, procedentes da Turquia e da Grécia, muitas vezes em veleiros bem equipados que escapam à deteção policial e militar.

Dependendo de quanto pagam — os investigadores indicaram que alguns migrantes pagaram 15.000 euros cada um, só pela parte marítima da viagem -, os passageiros nas rotas terrestres para o norte da Europa seguem de camião, de comboio ou de táxi para atravessar as fronteiras terrestres do norte de Itália.

Os pontos de travessia incluem Ventimiglia, uma cidade italiana perto da fronteira com França, e Trieste, no leste de Itália, perto da Eslovénia.

Segundo a polícia italiana, colegas da Turquia, Grécia, Bélgica, Alemanha, Suécia, Reino Unido e Marrocos colaboraram na investigação que conduziu às detenções de hoje.

A operação começou de madrugada em Itália, quando cerca de 200 agentes se espalharam por várias cidades, entre as quais outros pontos importantes das rotas terrestres dos traficantes: as cidades de Milão e Turim.

A partir do momento em que os migrantes puseram os pés em terra, no sul de Itália – tanto na Calábria como na Apúlia, uma região adjacente que forma o “calcanhar” da península -, os traficantes cuidaram deles até poderem ser transportados para o norte da Europa, de acordo com declarações escritas da polícia italiana.

“De facto, foi criado um verdadeiro sistema ilegal de acolhimento, organizado tanto no estrangeiro como em diversas cidades italianas, que incluía refeições e alojamento nas várias etapas e no qual os migrantes confiaram inteiramente”, precisou um alto responsável da polícia italiana num comunicado.

Os traficantes exploravam uma rota marítima que cruzava o Mediterrâneo entre a Grécia e a Turquia e o sul de Itália usando veleiros — menos propensos a parecerem embarcações de migrantes que os frequentemente usados botes de borracha superlotados ou velhos barcos de pesca de madeira, referiram as autoridades italianas.

Os elementos desta rede hoje detidos poderão ser acusados de ajuda à imigração ilegal e de lavagem de dinheiro em cerca de 30 viagens marítimas.

Muitos dos tripulantes dos barcos são da Ucrânia e de outras ex-repúblicas soviéticas, ao passo que os líderes da rede são sobretudo de zonas curdas do Iraque, indicaram as autoridades italianas.

A maioria dos passageiros é de origem asiática ou do Médio Oriente, acrescentaram.

Últimas de Política Internacional

A Comissão Europeia anunciou hoje uma investigação formal para avaliar se a nova política da `gigante` tecnológica Meta, de acesso restrito de fornecedores de inteligência artificial à plataforma de conversação WhatsApp, viola regras de concorrência da União Europeia.
O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa na Venezuela (SNTP) e o Colégio de Jornalistas (CNP), entidade responsável pela atribuição da carteira profissional, denunciaram hoje a detenção de um jornalista que noticiou a existência de um buraco numa avenida.
O Tribunal Constitucional da Polónia ordenou hoje a proibição imediata do Partido Comunista da Polónia (KPP), alegando que os objetivos e atividades do partido, refundado em 2002, violam a Constituição.
A Administração Trump suspendeu todos os pedidos de imigração provenientes de 19 países considerados de alto risco, dias após um tiroteio em Washington que envolveu um cidadão afegão, anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa e ex-chefe da diplomacia da União Europeia (UE), foi indiciada pelos crimes de corrupção, fraude, conflito de interesse e violação de segredo profissional, revelou a Procuradoria Europeia.
O Presidente ucraniano apelou hoje para o fim da guerra, em vez de apenas uma cessação temporária das hostilidades, no dia de conversações em Moscovo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a Ucrânia.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerou hoje que a situação na Catalunha só se normalizará totalmente se o líder separatista Carles Puigdemont for amnistiado e regressar à região, tendo reconhecido "a gravidade da crise política" que enfrenta.
A Comissão Europeia confirmou hoje que foram realizadas buscas nas instalações do Serviço de Ação Externa da União Europeia (UE), em Bruxelas, mas rejeitou confirmar se os três detidos são funcionários do executivo comunitário.
A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora da Universidade da Europa Federica Mogherini foi detida hoje na sequência de buscas feitas pela Procuradoria Europeia por suspeita de fraude, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Mais de 20 mil munições do Exército alemão foram roubadas durante um transporte, em Burg, leste da Alemanha noticiou hoje a revista Der Spiegel acrescentando que o Governo considerou muito grave este desaparecimento.