O diretor do Serviço de Informações de Segurança (SIS), Adélio Neiva da Cruz, assumiu hoje no parlamento toda a responsabilidade pela decisão da atuação deste serviço na recuperação do computador do ex-adjunto do ministro das Infraestruturas.
Fontes parlamentares da oposição relataram à Lusa que Adélio Neiva da Cruz, que foi ouvido à porta fechada na comissão de Assuntos Constitucionais, disse aos deputados que a sucessão de acontecimentos foi distinta daquela que foi transmitida na audição de terça-feira pelo Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa.
Segundo os mesmos relatos, o diretor do SIS afirmou ter conhecimento de que estava em causa informação classificada, mas sem saber que informação era essa e qual o grau de confidencialidade, porque tomou como credível a palavra da chefe de gabinete do Ministério das Infraestruturas.
A audição de Neiva da Cruz estendeu-se por cerca de duas horas, sem declarações aos jornalistas no final, e a secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), embaixadora Graça Mira Gomes, está desde as 19:30 a ser ouvida pelos deputados.
O caso, que remonta a 26 de abril, envolveu denúncias contrao ex-adjunto Frederico Pinheiro por violência física no Ministério das Infraestruturas e furto de um computador portátil, já depois de ter sido demitido, e a polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do SIS na recuperação desse computador.
Este episódio gerou uma divergência pública entre o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, em torno da manutenção no Governo do ministro das Infraestruturas, João Galamba.