Trabalhadores do Metro de Lisboa em greve parcial 5.ªfeira de manhã

© D.R.

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa vão estar em greve na quinta-feira de manhã, entre as 05:00 e as 09:30, por falta de entendimento com a administração no processo negocial sobre o acordo de empresa, anunciou a FECTRANS.

“Se nada for feito até dia 18 [quinta-feira], embora a empresa se tenha comprometido a tentar fazer um esforço acrescido até essa data, se nada for feito, sim, a greve manter-se-á e no dia 18 o Metropolitano só abrirá portas perto das 10:00”, afirmou Sara Gligó, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), em declarações à agência Lusa.

A responsável da FECTRANS falava após uma reunião entre a administração do Metropolitano de Lisboa e os sindicatos representativos dos trabalhadores, que levaram à mesa das negociações o pré-aviso de greve parcial para a próxima quinta-feira, 18 de maio.

“Para já, a greve mantém-se, inclusivamente não temos serviços mínimos decretados para a circulação de comboios”, informou a sindicalista, referindo que a ação de protesto dos trabalhadores decorre entre as 05:00 e as 09:30, contudo, por questões logísticas, o Metropolitano só deverá abrir portas perto das 10:00.

Pela especificidade dos horários, os trabalhadores das oficinas iniciam o período de greve parcial às 02:30.

Desde o acordo estabelecido em novembro de 2022 entre sindicatos e administração da empresa sobre as reivindicações para este ano, esta será a primeira paralisação com impacto para a circulação de comboios, uma vez que os trabalhadores estão desde o ano passado em greve ao trabalho suplementar e eventos especiais.

Em condições normais de exploração, o Metropolitano de Lisboa está aberto a partir das 06:30 e até à 01:00, todos os dias, incluindo fins de semana e feriados.

“A empresa hoje anunciou algumas das medidas que teve por autorização da tutela, portanto, a possibilidade da abertura do regulamento de carreiras e aquele aumento intercalar que o Governo já tinha anunciado de 1% na massa salarial para os trabalhadores”, disse Sara Gligó, indicando que esta foi mais uma reunião de negociações entre as que estão calendarizadas para o acordo de empresa.

“Ainda não chegámos a acordo”, reforçou a responsável da FECTRANS, explicando que as medidas apresentadas pela administração da empresa ficam “muito abaixo” daquilo que é a proposta negocial entregue por todas as organizações sindicais.

Além das questões monetárias, “existem outras matérias, nomeadamente questões que estão na esfera gestionária apenas e só da empresa, que poderíamos tentar chegar a um entendimento, mas que ainda não foi possível”.

Na reunião, os sindicatos representativos dos trabalhadores entregaram outros dois pré-avisos de greve, um para 23 e outro para 30 de maio, que serão também parciais, para os mesmos períodos e nos mesmos moldes que a paralisação convocada para quinta-feira, sendo que “as reivindicações são as mesmas”, frisou a sindicalista.

“Esperamos sempre que a empresa tenha a capacidade de chegar a bom porto naquilo que são as reivindicações dos trabalhadores, portanto, analisaremos a cada momento todas as propostas que nos forem feitas e decidiremos de acordo com aquilo que for a decisão dos trabalhadores”, adiantou Sara Gligó.

Em termos de adesão à greve, a perspetiva é que “seja total, até porque os trabalhadores também já tinham dado sinais de que teríamos que intensificar a luta”, sublinhou.

Questionada sobre o impacto da greve num momento de constrangimentos à circulação do Metropolitano devido às obras nas linhas Amarela e Verde, a responsável da FECTRANS disse esperar a compreensão dos utentes para os transtornos causados.

“Obviamente, estaremos à espera de causar algum transtorno, mas que também não temos forma de o contornar. Teríamos forma sim, se conseguíssemos chegar a entendimento com a administração”, reforçou.

Os sindicatos representativos dos trabalhadores são o STRUP (Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal), que está afeto à FECTRANS, o STTM (Sindicato dos Trabalhadores da Tração do Metropolitano de Lisboa), o SINDEM (Sindicato da Manutenção do Metropolitano), o SITRA (Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes), o SITESE (Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços) e o STMETRO (Sindicato dos Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa).

A Lusa solicitou informação por parte da administração do Metropolitano de Lisboa sobre a reunião com os sindicatos, aguardando ainda uma resposta.

Últimas do País

O Infarmed mandou recolher os lotes de soro fisiológico fabricados pela GSL – Produtos Químicos e Farmacêuticos e suspendeu o fabrico nas instalações desta empresa, em São Domingos de Rana (Cascais), onde foram detetadas irregularidades.
A circulação de comboios está hoje parada devido à greve dos maquinistas da CP – Comboios de Portugal, disse à Lusa uma fonte sindical, apontando uma adesão de 100% dos trabalhadores à paralisação.
O Tribunal Judicial de Leiria condenou hoje um homem a 22 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado da mulher, em maio de 2024, no concelho de Porto de Mós.
Cerca de 1.700 quilogramas de haxixe, lançados ao mar por tripulantes de uma embarcação de alta velocidade, que fugiram, foram hoje apreendidos no Rio Guadiana, numa operação das polícias portuguesas e espanholas, informou a GNR.
O Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) rejeitou hoje que a greve na CP tenha motivações políticas e responsabilizou o Governo pelo transtorno causado às populações, por não cumprir um acordo negociado.
Portugal é o sexto país europeu com maior número de casos de mpox no período 2022-2025, indica o último boletim sobre a doença divulgado na página do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).
O Governo alargou até final de junho o prazo para pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) devido a “constrangimentos técnicos” associados ao “apagão” que atrasaram o envio de muitas notas de cobrança pela Autoridade Tributária (AT).
As escolas privadas querem ter mais liberdade para desenhar os seus currículos e para contratar licenciados de outras áreas, revelou a associação representativa do setor, explicando que estes futuros professores teriam formação pedagógica nos próprios colégios.
A adesão ao segundo dia de greve dos trabalhadores da CP - Comboios de Portugal era às 07:30 de 100%, com toda a circulação parada, disse à Lusa fonte sindical.
Os dois detidos na terça-feira no âmbito da operação SKYS4ALL, que investiga uma alegada rede de tráfico internacional de droga por via aérea e em que o cantor Nininho Vaz Maia foi constituído arguido, saíram hoje em liberdade.