A megaoperação da GNR hoje em curso no distrito do Porto, que já levou à detenção de 13 pessoas, envolve 300 agentes de forças de segurança nos concelhos de Gondomar, Penafiel, Paços de Ferreira, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.
Em declarações à Lusa, o tenente-coronel Adriano Resende, do Subdestacamento da GNR da Maia, explicou que é nestes concelhos que residirá a rede criminosa que se dedicava a furtos a residências e a estabelecimentos comerciais em todo o país.
No total, são conhecidos, até agora, 57 furtos a residências e 94 a estabelecimentos comerciais, disse o responsável.
“Estamos a dar cumprimento a 14 mandados de detenção. Neste momento, já estão 13 detidos. Estamos também a efetuar 17 buscas domiciliárias e 16 buscas não domiciliárias, parte delas em veículos, alguns dos quais de alta cilindrada e também furtados, e temos a intenção de constituir arguidos mais 13 pessoas”, afirmou o responsável pela megaoperação, pelas 09:00.
No terreno estão operacionais da GNR de vários comandos territoriais e da unidade de intervenção da Guarda, da PSP, incluindo agentes da Unidade Especial de Polícia, da Autoridade Tributária, da ASAE e da CPCJ, porque em alguns alvos “existem crianças e poderá haver necessidade de prestar um apoio adequado”.
“Cremos que esta operação é o primeiro embate para levar à justiça quem merece e também pode ser uma forma de ouvir outros lesados, que ainda não manifestaram a intenção de requerer procedimento criminal contra os autores dos furtos”, considerou o responsável pela investigação.
“Apesar deste número enorme de furtos já efetuados, haverá outros mais que ainda não são conhecidos do processo e que podem agora vir a ser conhecidos”, sublinhou.
Segundo disse à Lusa, esta investigação tem cerca de um ano, tendo começado em Viseu, com três furtos em residências, mas no decorrer da mesma foi possível conhecer a sua dimensão nacional.
“Estamos a falar de um grupo de cerca de 30 pessoas com ligações familiares e entre famílias que sinalizam as residências, aquelas que são mais isoladas, rondam-nas e quando se apercebem que têm oportunidade de entrar acabam por fazer o furto e retirar tudo o que é de valor e fácil de dissimular e transportar, nomeadamente ouro e dinheiro”, relatou.
Nos estabelecimentos comerciais, os suspeitos, de uma forma dissimulada, no corpo ou através de sacos com proteção para não ser detetado nos alarmes, furtavam bens em lojas de roupa, de desporto, por exemplo, roupas com valor”, explicou o tenente-coronel Resende.
Depois, estes bens eram introduzidos no mercado, “através de vendas ‘online’ e através de estabelecimentos próprios para o assunto”.
“Chegaram a furtar também alimentação, e estou a falar em artigos como picanha, bacalhau, salmão, camarão, produtos com valor que depois eram introduzidos no mercado através de estabelecimentos de restauração”, acrescentou.